Depois de uma viagem de 8 horas de ônibus desde Quito, um calor forte e úmido me deu as boas-vindas na moderna rodoviária da cidade de Coca, também conhecida como Francisco de Orellana. O sol tinha acabado de nascer, coloquei a mochila nas costas, sandálias nos pés e lá fui eu para mais uma aventura.
Como eu nunca estive na Amazônia brasileira, aproveitei pra conhecer a do Equador nessa viagem que acabei de fazer. Como o país é relativamente pequeno, achei que essa era a oportunidade perfeita pra conhecer essa rica região.
Peguei um táxi na rodoviária de Coca e cheguei até a beira do Rio Napo, um dos afluentes do Rio Amazonas. Ali, uma lancha estava esperando para me adentrar na selva equatoriana. Mal podia acreditar que realmente eu estava pisando na Amazônia.
Um rio marrom e caudoloso, e várias barcas paradas à espera de mercadoria foram as primeiras imagens que tive da região. Adorei sentir o vento no rosto enquanto observava a vida dos locais que moram perto do rio. Aos poucos, fomos deixando os barulhos da cidade para trás e os sons da mata começaram a me absorver. A mistura de pássaros assobiando, da água batendo no barco e das cigarras inquietas, me ajudaram a entender que o ritmo nessa região do planeta é outro.
A navegação até o lodge durou 45 minutos e quando me dei conta eu já estava lá. Fiquei hospedada dois dias no Yarina Eco Lodge, que me convidou para conhecer suas instalações.
Um copo de limonada gelado foi o melhor aliado pra combater o calor daquela manhã. Aliás, o calor na Amazônia é tão forte que depois do almoço é hora de siesta obrigatória. Por mais que a gente queira fazer alguma coisa, o corpo pede um descanso. Eu deitava na cama e não queria nem me mexer pra ver que horas eram por causa do calor.
Depois de duas horas de sono, conheci o guia Jaime, que nos acompanhou durante esses dias. Ele compartilhou com o grupo seus conhecimentos sobre a flora e a fauna e deu um show de simpatia e habilidade para reconhecer aves e plantas medicinais.
Com ele aprendi qual é a folha que os locais usam como papel higiênico, e também provei formigas com gosto de limão. “Na selva podemos encontrar remédio pra malária, gripe, repelente natural, e tantas outras coisas, mas as pessoas não tem paciência para esperar a cura. Todo mundo quer tudo pra ontem e a medicina natural leva seu tempo pra fazer efeito”, explica Jaime.
Estar rodeada por árvores imensas, pelo canto dos pássaros, aprender a usar técnicas de caça como a zarabatana, e sentir a vibração de um ecossistema tão rico como o da Amazônia me fizeram feliz. Durante esses dois dias pude caminhar pela floresta, navegar pelo Rio Napo, ver como os macacos nos “bombardeavam” jogando cascas de frutas quando passávamos de barco muito perto, vi olhos de jacarés (caimanes) brilhando de noite e também conheci alguns indígenas quichuas.
Todas experiências enriquecedoras que hoje lembro com um misto de saudade e alegria. Além de macacos, nessa região também dá pra ver, se você tiver sorte, papagaios, cobras (ainda bem que eu não vi nenhuma), uma infinidade de aves e até golfinhos de água doce.
Se você também gosta de natureza, aproveite para visitar a Amazônia equatoriana já que o país é pequeno e o acesso é fácil. No Equador, essa região da selva tropical também é conhecida como Oriente.
Como chegar
Desde Quito dá pra ir até Coca (Francisco de Orellana) de avião (25 minutos de voo). A Tame e a Aerogal tem voos diretos todos os dias desde Quito.
Eu fui de busão mesmo (8 horas), um pouco cansativo, mas nada que não seja tolerável. Viajei com a Baños, que tem ônibus confortáveis. Paguei US$10 por trajeto.
A distância entre Quito e Coca é de 310 quilômetros, mas como a estrada é sinuosa e os motoristas param a cada meia hora pra recolher passageiros (um saco), a viagem acaba se prolongando bastante. Existem outras companhias de ônibus que vão pra lá, mas a vantagem da Baños é que eles têm uma pequena rodoviária no bairro de Mariscal (centrico), porque a rodoviária principal fica em Quitumbe, bem afastada do centro de Quito.
Quando ir
A selva equatoriana tem o mesmo clima quase o ano todo. Prepare-se para um calor úmido e bemmmm pesado. Os meses mais secos vão de novembro a janeiro. Enquanto que os meses de chuva vão de fevereiro a maio.
Onde ficar
Existem vários lodges (hotéis) espalhados na região Amazônica, cerca de 16. Alguns são mais exclusivos, mas também há lodges econômicos, como o Yarina. Além disso, algumas empresas oferecem cruzeiros (com hospedagem em barcos).
O que levar
Calça comprida, repelente, lanterna, protetor solar, boné e uma jaqueta fininha para os passeios de barco. Nos lodges eles costumam emprestar botas de borracha, obrigatória para as caminhadas na selva.
A minha ida a selva equatoriana e a hospedagem no Yarina Eco Lodge foram uma parceria com o hotel.
Olá, Natalie
Legal. Um abraço!!
Oi, Lucila. Tudo bem? 🙂
Seu post foi selecionado para a #Viajosfera, do Viaje na Viagem.
Dá uma olhada em http://www.viajenaviagem.com
Até mais,
Natalie – Boia
Oi, Cris
Hahaha boa pergunta. Achei que no vídeo o guia dizia o nome da folha “salvadora”, mas não falou. Fico te devendo essa informação. Se alguém souber, avisa aqui pra gente. Bjs
Gosto muito das florestas e mais ainda quando o trajeto é guiado com pessoas que entendem a linguagem da mata. Ótimo post! Vc lembra o nome da folha que os locais usam como papel higiênico? É sempre bom saber. hehe
Bjooo