Imagina um mar branquinho branquinho mas não de água, de pura pedra vulcânica!! O Campo de Piedra Pómez é um dos maiores atrativos da província argentina de Catamarca e eu fiquei maravilhada com esse lugar.
O Esteban tinha muita vontade de conhecer esse campo há anos e por diversas razões a gente sempre acabava escolhendo outros destinos. Até que este ano decidimos fazer uma viagem de 10 dias pela Argentina por alguma região que nenhum dos dois conhecíamos e decidimos visitar Catamarca.
Para chegar até o famoso Campo de Piedra Pómez é meio dureza; leva bastante tempo e só dá para circular pela região em caminhonete 4×4. O terreno tem muito pedregulho, cascalho e com um carro normal acho que é quase impossível chegar lá.
A nossa aventura para chegar ao campo começou no dia anterior. Contratamos uma excursão em Belén com a empresa Famayfil Viajes. Belén fica no meio da famosa Ruta40, na puna catamarqueña, e é a segunda maior cidade da Catamarca.
A cidade em si não é grandes coisas, mas tem ar de cidade do interior e alguns atrativos; a praça e a igreja, a estátua da virgem que fica em um mirante (são cerca de 45 minutos de caminhada ladeira acima), e o lugar mais famoso da região é o Shincal, ruínas de uma importante cidade do Império Inca (nós não visitamos esse lugar por falta de tempo).
Voltando à nossa excursão. Saímos de Belen às 8h30 da manhã e atravessamos belas paisagens, dunas, regiões montanhosas, vales incríveis e vários vulcões.
Paramos para almoçar no pequeno povoado El Peñón, que tem apenas 400 habitantes, acredita? Uma região super inóspita. Também aproveitamos para conhecer uma pequena escola e tirar uma foto dos alunos, que estavam na aula de matemática na hora que chegamos (e adoraram a nossa interrupção) 😉 Eu realmente curto esses momentos de contato com os locais!
Depois do almoço continuamos passeando de carro até chegar a Laguna Blanca, um lugar cheio de lhamas de todas as cores. Com o guia José aprendi a diferenciar as vicunhas das alpacas, das lhamas e dos guanacos. Parece tudo a mesma coisa, mas não é!!
Nessa região a altitude já é bastante alta, cerca de 3.300 metros acima do nível do mar, por isso é preciso caminhar bem devagar, tomar água e não sair correndo para não ficar tonto. O guia nos ofereceu mascar folhas de coca, como fazem os locais, mas eu não quis porque não gosto nem do cheiro nem do sabor e por sorte não tive nenhum problema com a altitude desta vez.
Já quase no fim da tarde ainda tivemos tempo para subir no mirador e ver a minúscula cidade de Antofagasta de la Sierra, que tem 700 habitantes. De cima dá pra ver todas as casinhas feitas de barro e o cemitério.
Passamos a noite ali em Antofagasta, não confundir com a cidade chilena que tem o mesmo nome, na pousada Incahuasi e foi super mega tranquilo. O povoado é tão pequeno que fazia tempo que não descansava tão bem e com tanto silêncio.
De noite a temperatura cai um pouco, cerca de 10°C mesmo no verão, e foi uma delícia dormir com um cobertor de lã de ovelha bem pesado.
Depois do café da manhã, com direito a pão e croissants caseiras, partimos para conhecer o famoso e tão esperado Campo de Piedra Pómez. De Antofagasta são 50 km pelo asfalto e mais 30 km puxados, com muita pedra e alguns buracos, cerca de 1h30.
O campo tem cerca de 25 km quadrados e fica próximo da Cordilheira dos Andes. É um imenso mar só que de pedra. Aliás, a região é conhecida como o Perito Moreno do norte argentino. Adorei essa definição!!
Essas formações rochosas, que vão sendo esculpidas pelo vento e pela areia, são lava de um vulcão que entrou em erupção há milhares de anos, o Volcán Blanco. As pedras são leves e algumas têm um som meio metálico quando batemos uma na outra, como se estivessem ocas.
Ao caminhar pelo campo fiquei impressionada com o silêncio dali e não paramos de tirar fotos. É realmente impressionante encontrar um lugar assim no meio das montanhas, rodeado por areias pretas.
Dicas para chegar ao Campo de Piedra Pómez
– Contratar uma agência autorizada pela Secretaria de Turismo, já que elas utilizam veículos 4×4, guias e conhecem bem a região.
– Antes de fechar um pacote, pergunte se a agência leva oxigênio portátil para ser usado na altitude, se houver necessidade.
– Peça para a agência uma sacola de lixo ou leve uma para colocar a sua mochila dentro, já que as bagagens vão na traseira da caminhonete. A minha foi sem nada e chegou com uma super camada de pó.
– Em questão de valores, vale mais a pena contratar a excursão diretamente na cidade de Belén. Também é possível chegar até El Peñón ou Antofagasta de ônibus (só que demora entre 7h e 10h, haja paciência. E só tem saída de Belen a Antofagasta nas 4f e nas 6f)
Para fazer a excursão de dois dias, a que nós fizemos, pagamos cerca de 128 dólares por pessoa, sem alojamento e sem as refeições. Somando tudo (pousada e três refeições), pagamos cerca de 175 dólares por pessoa.
A Famayfil também oferece uma excursão de bate e volta até o Campo de Piedra Pómez, que sai de Belen por volta das 7h da manhã e retorna às 19h. Essa é mais econômica, só que é bem puxada e passar uma noite em Antofagasta tem seu charme.
Não deixe de levar
– óculos de sol (a pedra branca reflete com o sol e fica quase impossível enxergar sem óculos);
– boné, chapéu e muito protetor solar;
– calçado confortável e água.
Onde se hospedar
Nós ficamos hospedados duas noites no Hotel Angelica, um lugar simples mas limpo e tranquilo para descansar. O wifi funciona bem e o café da manhã, embora seja singelo, é gostoso. A localização é boa, perto da entrada da cidade e fácil de caminhar até a praça principal.
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Como chegar
A capital de Catamarca é San Fernando del Valle de Catamarca, que fica a 310km de Fiambalá. Há voos diários de Buenos Aires até Catamarca (1h45 de voo).
Da capital de Catamarca é preciso pegar ônibus (cerca de 6h) ou contratar tours para percorrer a província. Nós fizemos base em Fiambalá e dali foi possível fazer a Rota dos vinhos, a Rota dos Seis Mil, visitar o famoso Campo de Piedra Pómez e as termas.
Eu fiz esta viagem para a província argentina da Catamarca, com o blogueiro Esteban, Un Viajero Curioso, e nós recebemos apoio da Secretaria de Turismo de Catamarca