Antes de conhecer o Chipre eu não tinha muita informação sobre essa ilha. Por isso, tentei ler bastante, juntei várias dicas e pesquisei um pouco antes de embarcar. Se você também está pensando em conhecer esse destino, este post tem várias dicas sobre o Chipre que vão te ajudar antes e durante a viagem.
Onde está
O Chipre é uma ilha mediterrânea. Está ao sul da Turquia, ao oeste da Síria e do Líbano e ao norte do Egito. Essa é a terceira maior ilha do Mediterrâneo, com cerca de 1, 25 milhões de habitantes.
Breve história
Várias civilizações passaram por lá: egípcios, assírios, persas, gregos e otomanos, cada um deixando a sua influência. Algo bem nítido na culinária do país. Eu achei as comidas muito parecidas com os pratos árabes: humus, grelhados, falafel e doces mega açucarados, como o baklava.
Voltando à história, em 1878 o Chipre começou a ser administrado pela Inglaterra e em 1914, virou oficialmente colônia britânica.
Quarenta e seis anos depois, em 1960, finalmente o Chipre se independizou da Grã-Bretanha. Um dato curioso: mesmo depois da independência, a Grã-Bretanha ficou com duas bases militares (que estão ativas) na ilha. Aliás, outro legado dos ingleses é a mão contrária para se dirigir e as tomadas com três pinos.
Na história mais recente do país, em 1974, aproveitando um golpe de estado que derrobou o governo do Chipre, a Turquia invadiu militarmente e ocupou o norte da ilha, autoproclamando até hoje essa região que eles chamam de República Turca do Norte do Chipre.
Como chegar
A maneira mais fácil de chegar lá é de avião. Eu fiz a viagem desde Birminghan (Inglaterra) e o voo direto demorou 4h30. Tem várias companhias aéreas lowcost e charters que voam pra lá. Um voo de Atenas até o Chipre dura cerca de 1h40.
O Chipre tem dois aeroportos internacionais principais. O de Pafos que fica do lado sudoeste da ilha e o de Larnaca, que fica mais no centro.
Aliás, quem tiver curiosidade de conhecer o Líbano antes ou depois do Chipre, super recomendo pela proximidade e pelo valor das passagens. Cheguei a ver uma passagem Chipre – Beirut pela Ryanar por 10 libras!
Como se locomover
Eu aluguei um carro durante uma semana e como era temporada baixa (dezembro) o preço foi mega em conta, cerca de 60 euros pelos 7 dias!
A direção lá é na mão inglesa. Ou seja, o volante do carro fica do lado direito, ao contrário do Brasil. Essa é uma das influências deixadas pelos britânicos.
Como tem muuuuitos lugares legais para visitar no Chipre e eles não estão próximos um do outro, super recomendo alugar um carro. Tem transporte público também, mas acho que se perde muito tempo indo de um lugar pro outro de ônibus.
Sobre as estradas, não achei ruim mas também não achei boa. Algumas vezes voltamos à noite porque escurecia perto das 16h30 e achei que os caminhos tinham pouca luz e faixas pintadas. Além disso, as placas com distâncias estão em grego e inglês e achei meio confuso de entender porque tem muita informação junta. Várias vezes nos perdemos por lá, mas nada que o GPS não nos salvasse.
Achei muito útil ter carro para fazer o nosso próprio itinerário e também para visitar pequenos vilarejos fora da rota turística.
Quando ir
O Chipre é um destino que pode ser visitado o ano todo. No verão (junho a setembro), as praias bombam principalmente de jovens que curtem uma festa. Não é à toa que a região de Aya Napa é conhecida como a Ibiza do Chipre.
Nessa época as temperaturas são mais altas (entre 30°C e 36°C) e também é temporada alta. Por isso, se você não gosta de muvuca e quer evitar preços altos, deixe para conhecer a ilha em outra época do ano.
Eu estive em dezembro e acho que não foi a melhor época também. A temparatura não estava ruim (entre 18°C e 20°C durante o dia), mas chovia bastante e também não estava tão quente como pra entrar no mar. A vantagem é que tinha pouca gente, os preços eram melhores e as estradas estavam bem vazias.
De novembro a fevereiro é inverno por lá, mas as temperaturas não são tão baixas como em outras cidades da Europa. Por isso, muitos europes aproveitam os feriados para viajar pra lá.
A melhor época para visitar o Chipre, na minha opinião, são os meses de maio e junho (antes do verão, quando as temperaturas ficam entre 23°C e 30°C) e de setembro a outubro (com os termômetros na casa dos 30°C). A época de chuva vai de novembro a março. Eu peguei chuvas bemmm fortes em dezembro, dessas com direito a muito trovão e raio.
Idioma e moeda
O Chipre faz parte da Comunidade Europeia, por isso a moeda utilizada lá é o euro.
Gente, um detalhe importante: os cipriotas não são gregos, mas o idioma oficial nessa ilha é o grego.
Também se fala turco no Chipre, principalmente na região norte, na autoproclamada República Turca do Norte do Chipre. Por isso, nesse país há cipriotas gregos e cipriotas turcos.
Culinária e vinho
Como o Chipre é um caldeirão de culturas, a culinária do país é um reflexo disso. Achei a comida muito parecida com a grega e com a dos países árabes. Kebabs, grelhados, saladas, azeitonas, humus (pasta de grão de bico) e o delicioso tzatziki (iogurte com menta e pepino), foi o que mais comi por lá.
Um detalhe especial para os doces, que é o que eu mais amo! Cada padaria ou confeitaria que eu encontrava pelo caminho, fazia questão de entrar para comprar alguma coisa.
Como era época de Natal, tive a sorte de provar vários doces que parece que são feitos só nessa época do ano. O meu favorito foi o melomakarona, um biscoito feito com mel, suco de laranja, canela e cravo, delicioso. Comi uns banhados em chocolate que eram de lamber os dedos, literalmente!!
Os kourabiedes também são feitos tradicionalmente para o Natal e são biscoitos recheados com almendras e têm açúcar de confeiteiro por fora. Além desses é bem comum encontrar os típicos doces árabes tipo baklava com muito mel e frutos secos.
Se tudo isso você acompanhar com um Commandaria, o vinho doce mais famoso do Chipre, a combinação fica fantástica!! Essa bebida, que mais parece um licor, é também o vinho mais antigo do mundo que ainda é fabricado, segundo os cipriotas. Eu comprei uma garrafa e quase todos os dias tomava um pouquinho acompanhado de algum doce local. Era delícia em dobro!
E por falar em vinho, o Chipre é produtor e tem várias rotas espalhadas pela região de Trodos, Larnaka, Pafos, Nicosia e Limassol para quem quiser conhecer adegas e fazer degustações. Belos vales e pequenos vilarejos convidam os viajantes a fazer um brinde sem pressa.
Cidades principais
A capital do Chipre é Nicósia. Aliás, essa é a última capital dividida do mundo. Escrevi um post inteiro sobre isso porque vale a pena saber o que acontece por lá e porque o país está dividido em dois.
Além da capital, outras cidades como Larnaca, Pafos, Limassol, Agia Napa e Protaras também são importantes e valem a visita. Dessas, a minha favorita foi Limassol.
Onde se hospedar
O Chipre em si não é tãoooo grande. A ilha de uma ponta a outra (leste-oeste) tem cerca de 400 km. Para se ter uma ideia, eu fiz a viagem de Pafos até Aya Napa (220km), em quase 2h de carro.
Eu fiquei hospedada na região de Pafos, o lugar é bonito e tem um aeroporto a 16km de distância, só que o problema é que como está em um dos extremos da ilha, todas as outras atrações ficam um pouco longe.
Tivemos que fazer bate e volta todos os dias já que pagamos por uma semana de hotel em Pafos, mas isso foi um pouco cansativo. Uma dica que dou pela minha experiência, a melhor coisa é ficar dois ou três dias em cada região ou se hospedar perto de Larnaca que fica mais ou menos no meio do país. Confira boas ofertas de alojamento em Larnaca reservando pelo Booking.
Confira também o meu itinerário de uma semana no Chipre, a ilha da Afrodite.