É quase impossível falar de Berlim sem mencionar o famoso muro que dividiu a cidade em duas. O Muro de Berlim foi uma barreira de cimento, de quase 155 quilômetros de extensão que em algumas partes chegou a ter pouco mais de 4 metros de altura.
Na capital alemã podemos visitar alguns fragmentos do muro que continuam em pé, principalmente em duas áreas de Berlim. A mais famosa de todas é a East Side Gallery, onde estão os famosos grafitis; a outra parte menos visitada é a do memorial. Vou te contar detalhes dos dois lugares e como chegar em cada um deles.
East Side Gallery
Esse é um dos locais mais visitados da capital alemã. A East Side Gallery é muito colorida e também a maior galeria a céu aberto do mundo. Tem exatamente 1,3 quilômetro de extensão e mais de 100 pinturas.
Caminhar por ali é revisitar uma parte muito importante da história. O Muro de Berlim caiu na madrugada do dia 9 de novembro de 1989, um dos momentos mais emblemáticos do século XX, e pouco tempo depois da queda artistas de vários países começaram a pintar essas paredes que nos lembram que sempre é possível buscar a paz e seguir em frente.
Na maior atração turística da capital alemã, o grafiti mais cobiçado de todos é sem dúvida o do famoso beijo entre dois líderes comunistas. Geralmente tem fila para tirar uma foto ali.
Recomendo caminhar sem pressa por toda a extensão da East Side Gallery e prestar atenção em cada mural. Aproveite também para atravessar do outro lado do muro para curtir o rio que é uma postal e tanto, bem berlinense.
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Memorial do Muro de Berlim
Do outro lado da cidade, 138 adultos e até mesmo crianças perderam a vida tentando cruzar o muro para o lado ocidental. Na famosa Bernauer Straße (ainda é possível ver marcas no chão da cidade dividida), um memorial foi erguido para que os alemães e o mundo não esqueçam do seu passado.
Apesar da East Side Gallery ser o ponto mais turístico de Berlim, gostei mais dessa outra parte do muro. Sem grafitis nem cores, ali tem fotos das pessoas que perderam a vida tentando chegar ao outro lado.
Achei o lugar pesado mas ao mesmo tempo ao estar em um parque com muito verde senti um certo alívio. Ali também tem uma capela oval com vigas de madeira, a Capela da Reconciliação.
Do outro lado da rua fica o memorial (o centro de visitantes e o centro de documentação), um edifício que exibe uma mostra da época em que o muro foi erguido. A parte que eu mais gostei foi a vista que se tem dali de cima, da famosa faixa da morte e de uma torre de controle.
A faixa da morte era um espaço entre a Alemanha Oriental e Berlim Ocidental, um lugar que estava sempre vigiado por militares. Tudo o que se enxerga dali de cima é original.
Para entender bem o que o Muro de Berlim significou acho super importante visitar tanto a East Side Gallery como o memorial porque são espaços completamente diferentes.
Resiliência e modernidade
Mais de 35 anos já se passaram desde o dia em que a humanidade viu essa barreira cair, que dividiu famílias entre mundos comunistas e capitalistas.
Eu achei que Berlim convive bem com seu passado, mas notei que ao mesmo tempo a modernidade também vai pedindo passagem.
Ao lado do muro vi alguns edifícios modernos, novos bares e restaurantes. Acho que mais rápido do que a gente imagina a cidade também está mudando e o meu conselho é visitar Berlim o quanto antes para vivenciar essa essência de cidade dividida enquanto ela ainda está por lá.
Como chegar:
East Side Gallery (entrada gratuita)
As duas estações de trem ficam bem próximas do muro uma de cada lado (S-ban Warschauer Straße ou Ostbahnhof)
Aberto 24h
Memorial do Muro de Berlim (entrada gratuita)
Bernauer Str. 111 (metrô Bernauer Str., linha U8)
Abre diariamente das 8h às 22h