Torres del Paine é natureza em estado puro. Um lugar perfeito para recarregar energias e limpar os pulmões. Não é à toa que esse parque foi nomeado Reserva da Biosfera pela Unesco.
Ao sul do Chile, na região patagônica, esse parque de 227 mil hectares tem paisagens incríveis, lagoas esverdeadas, cascatas, montanhas, trilhas, animais e muito ar puro.
Enquanto a gente passeia por lá é comum encontrar várias aves, lhamas, coelhos e, se tiver sorte, pode avistar um puma selvagem, a maior espécie do mundo, ou um huemul (espécie de veado) que está em perigo de extinção. Na subida à base das torres eu dei de cara com um huemul. O pessoal do parque disse que tive bastante sorte porque não é fácil avistar esse animal por lá. Vejam que fofo (é o da esquerda)!
Como chegar
As cidades mais próximas são Puerto Natales (no Chile), a 80km, e Punta Arenas (no Chile), a 322km. Para ir de avião é possível voar de Santiago (capital chilena) a Punta Arenas (3h de voo) e depois ir por terra.
Outra opção é ir desde El Calafate (Argentina), que foi o que eu fiz. São 330km de distância, mas demora umas 5h de ônibus porque é preciso atravessar a fronteira e descer para mostrar documentos e fazer a inspeção da bagagem, quando se chega do lado chileno.
Também é possível ir por via marítima; de Puerto Montt a Puerto Natales, mas são 3 dias de viagem.
Alojamento
Torres del Paine tem vários tipos de alojamento; alguns hotéis luxuosos, pousadas, refúgios (hostel) e campings. Dependendo do circuito que quiser fazer e do tempo que for passar no parque, você vai acabar escolhendo um tipo de alojamento. Eu fiquei hospedada duas noites no Refugio Torre Norte, um dos mais próximos da base das Torres del Paine, que é uma das trilhas mais famosas do parque.
Quem quiser assistir o vídeo da minha subida à base das torres é só clicar aqui!!
Refugio é como chamam os alojamentos de montanha. O lugar é muito bacana e uma boa opção para quem não quer gastar muito e quer ficar num lugar limpo, aconchegante e super alto astral.
O Torre Norte é da empresa Fantástico Sur que administra também outros refugios desse lado do parque. O banheiro e os quartos (com 6 camas) no Torre Norte são compartilhados. As áreas de espaço comum tem aquecimento com lareiras, mas os banheiros e os quartos não têm calefação.
Além do alojamento, eles oferecem separadamente o café da manhã, almoço (lunch box) para comer no caminho, e jantar. Quem preferir acampar, pode cozinhar sua própria comida no camping ou comprar as refeições para comer dentro do alojamento. Eu estive no final de setembro e de noite fez bastante frio. Nada melhor do que uma comida quentinha para repor as energias à noite.
O bacana desse lugar é que todo mundo se reúne para jantar no fim do dia e contar como foi a sua caminhada. Momento perfeito para conhecer outros viajantes, trocar dicas e fazer novos amigos.
Geralmente as pessoas passam somente uma noite em cada refugio porque vão fazendo algum circuito (o mais famoso é o W), e vão parando para descansar no próximo.
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Além do Refugio Norte, a Fantástico Sur também tem o Torre Central, o Refugio Chileno (caminho à base das torres) e Los Cuernos. A empresa também organiza excursões guiadas pelo parque e translados desde e para Puerto Natales ou El Calafate.
Reservas para acampar
Como a demanda para acampar em Torres del Paine é grande, agora é preciso reservar antecipadamente quando se quer acampar, mesmo se for em baixa temporada. Se a ideia é fazer o sendero W ou o circuito Macizo Paine Grande, antes de entrar no parque tem que fazer reserva pela internet.
Os campings Paso, Italiano e Torres são gratuitos e quem toma conta é o Conaf, que administra o parque. As reservas com eles são grátis e o que oferecem é bem básico; lugar para montar a barraca, um pequeno espaço para cozinhar e banheiros.
Já quem vai fazer o circuito todo, deve fazer as reservas com as empresas Fantástico Sur e Vertice, que são as duas concessionárias que administram os outros campings, hotéis e refúgios. Fica a dica de reservar o alojamento antes, se for alta temporada.
Nesta foto dá pra ver qual empresa toma conta de cada rota e fica mais fácil saber com quem fazer a reserva. Aqui no site do Conaf tem mais explicações sobre as reservas de alojamento e camping.
Quando ir
O parque está aberto durante o ano todo, mas os circuitos e a maioria dos hotéis e refugios só abrem de setembro a abril. A alta temporada vai de outubro a abril e cerca de 80% dos visitantes costumam ir nessa época.
Por isso, se você planeja ir nesses meses, precisa reservar hospedagem dentro do parque com bastante antecedência. Nesses meses a temperatura costuma ser entre 18°C e 4°C. Durante o verão tem mais horas de luz, faz mais calor, mas também chove mais.
Eu fui no final de setembro e peguei dias lindos com sol e céu sem nuvens, mas noites bem frias. Apesar disso, a escolha foi boa porque fui na baixa temporada e o parque não estava cheio. Outra vantagem de ir nessa época é que os alojamentos são mais em conta. Mas a ponto negativo é o clima, as temperaturas costumam ser entre 15C° e -2°C.
Para quem vai fazer trekking em algum dos circuitos, setembro e outubro é mais frio e você pode até pegar neve (eu peguei) em algumas partes mais altas. Um detalhe importante, em temporada baixa algumas trilhas estão fechadas por conta do clima.
Circuitos
Na entrada você recebe um mapa com todas as informações e trilhas para percorrer, com detalhes de altitude, nível de exigência e duração das caminhadas.
O circuito mais famoso é o W. São 76km, que levam de 4 a 5 dias, dependendo de quanto tempo a pessoa queira parar em cada lugar e da velocidade de caminhada.
Nesse circuito se passa pelo glaciar Grey, pelo lado oeste do macizo Paine, Valle del Francés e se faz a subida à base das Torres.
Para quem quiser mais aventura e tiver um bom preparo físico, outra opção e fazer o circuito Macizo del Paine, são 93km e pode levar de 8 a 10 dias. Esse circuito inclui o W.
Eu passei só três dias e duas noites no parque, então não tive tempo para fazer nenhum circuito inteiro, por isso acabei escolhendo só uma trilha, a mais famosa e uma das mais exigentes, a da base das torres. Foram quase 9h de caminhada (ida e volta). A paisagem é incrível, exige bastante esforço e um bom calçado, mas vale a pena.
Para quem tem pouco tempo, outra opção é fazer um bate e volta desde Puerto Natales, no Chile, ou El Calafate, na Argentina, com alguma agência. Como esse passeio é feito de mini van ou em ônibus menores, dá para percorrer um pouco do parque e assim ter uma ideia da sua beleza. Eu fiz esse passeio no primeiro dia, fui desde El Calafate, mas depois dormi dois dias no parque.
O pessoal que só fez o bate e volta ficou com vontade de muito mais. Por isso, só aconselho essa opção se você realmente não tem tempo sobrando. Se puder, reserve pelo menos 3 dias para conhecer e ficar em Torres del Paine.
Desde El Calafate eu fiz a viagem e a excursão pelo parque com a Always Glaciares e sinceramente não recomendo essa empresa. O ônibus que nos levou e nos buscou era muuuuito ruim; não funcionava a calefação e passamos muito frio na ida. Além disso, o guia no parque não foi lá essas coisas. Gostaria de ter recebido mais informação e ter tido mais tempo dentro do parque.
Como fica bem longe, para ir e voltar desde El Calafate no mesmo dia, a gente perde mais tempo viajando do que dentro do parque. Acabamos ficando lá somente ao redor de 4h.
Refeições
Se você não estiver alojado em algum hotel ou refugio, não existem muitas opções para comprar comida dentro do parque. Em algumas áreas tem kioskes que vendem produtos para quem está acampando, mas os preços são bem salgadinhos.
Aconselho comprar comida antes de entrar no parque. E atenção que se você vier desde El Calafate vai ter que passar pela imigração chilena. Eles são super exigentes com o que pode ou não entrar no país. Já vou avisando, frutas, embutidos e sementes (nozes, avelãs, etc), não pode levar. A bagagem passa por um escaner e se você não declarar e for pego, vai ter que pagar multa.
O que levar
O mais importante para quem vai fazer trekking dentro do parque é ter um excelente calçado. Ainda bem que eu acabei comprando uma bota boa com uma ótima sola antes de ir porque ela foi super parceira durante os 3 dias que passei lá.
Lembre que se você for fazer algum dos circuitos, vai ter que carregar a sua mochila de um alojamento ao outro. Por isso só leve o que for realmente necessário. Quanto mais leve, melhor vai ser pra você. Uma dica, não leve uma mochila muito grande porque a gente sempre quer colocar mais coisas. Na minha opinião, uma de 50 litros tá de bom tamanho.
Quem for fazer camping, dentro do parque é possível alugar sacos de dormir, isolante, fogareiro, etc.
Recomendo levar todos estes ítens básicos na mochila:
– bota de trekking
– outro calçado (chinelo ou tênis)
– protetor solar
– boné e gorro (se for no inverno)
– óculos de sol
– lanterna
– garrafa para carregar água
Entrada
Estrangeiros pagam em baixa temporada (maio a setembro) 10 mil pesos chilenos, mais ou menos US$15; em temporada alta (outubro a abril): 18 mil pesos chilenos, equivalente a US$26. Mais informações sobre o parque.
A entrada ao parque vale por 3 dias. É que muita gente escolhe dormir em Puerto Natales para pagar menos em alojamento e volta ao parque no dia seguinte.
Não deixe de carimbar o seu passaporte em uma das entradas. Um carimbinho charmoso e diferente para deixar o seu passaporte ainda mais feliz 🙂
Quem quiser assistir o vídeo da minha subida à base das torres, é só clicar aqui!!
Distâncias desde Torres del Paine
Puerto Natales – 80 km
El Calafate – 253 km
Punta Arenas – 322 km
Santiago – 3250 km
A visita a Torres del Paine foi uma parceria da Fantástico Sur, mas isso não influencia a minha opinião neste post, que é pessoal.
Oi, Ludmila. Eu fiz a trilha até a base das torres sozinha. É tranquilo ir sem guia, porém aconselho ir com alguém e não sozinha, como eu fiz. Encontrei pessoas no caminho indo ou voltando, mas uma hora me perdi e não consegui encontrar o caminho por alguns minutos 🙁 , por isso super recomendo ir com mais alguém. A trilha está sinalizada, mas tem que prestar atenção. Abraços e boas aventuras. Torres del Paine é maravilhosooooo!!!
Oi Lucila! Adorei o post. Queria saber se você fez a trilha com um guia ou sozinha. Vou com meu marido em janeiro e estávamos preferindo fazer a trilha por conta própria. Você acha tranquilo?
Abraço!
Oi, Julio. Que legal que vc também vai conhecer Torres del Paine, lugar incrível!!! Eu só fiquei 3 dias no parque então não fiz realmente muitos circuitos, além da ida à base das torres. No dia anterior fiz um circuito de carro, com um tour mesmo. Se não me engano existem ônibus internos que vão de um ponto a outro dentro do parque, mas é melhor conferir direto com a CONAF mesmo para saber os horários e os percursos. A minha opinião, eu escolheria o alojamento mais próximo dos circuitos que você quer fazer porque as caminhadas costumam ser longas e cansativas. Um abraço e boas aventuras!!
Olá Lucila!
Tudo em paz? Espero que sim!
Veja bem, estou pra ir a TDP em março, porém estou com umas dúvidas aqui.
Dentro do parque qual foi sua programação?
Existe alguma espécie de transfers internos que levam gente de uma ponto a outro?
Estive pensando em reservar na Hosteria Pehoé, mas vi que fica a 30km do início da trilha para a bases das torres e mais ou menos essa distância para a CONAF Laguna Amarga… aí não se se compensa ficar lá ou no Refúgio Torre Norte, que aí ajuda tanto a subida a trilha quanto a saída de ônibus na Laguna Amarga…
Obrigado pelo post!
Muito obrigada, Sarah. Vale muuuuito a pena conhecer esse lugar e ficar uns dias hospedado dentro do parque para curtir ainda mais essa natureza deslumbrante. Abraços.
Oi, Adriana. Precisa sim. Agora eles estão exigindo a reserva antecipada para acampar. Já para os alojamentos, se for alta temporada, reserve com antecedência. Se você for reservar pelo Booking, pode fazer pelo link do blog. Você paga a mesma coisa e eu ganho uma pequena comissão pra continuar mantendo o blog. Abraços e divirta-se muito em Torres del Paine!!
Oi Lucila! Se puder me ajudar, agradeço: planejo ir a torres del painel em maio próximo para fazer o circuito W . Preciso fazer reserva de camping ou nos refúgios antecipados ? Obrigada. Adriana
Oi Annya, eu acredito que você possa sim porque há várias pessoas que entram no parque com carro. De qualquer maneira, dê uma investigada para ver quando o barco faz a travessia porque acho que não é durante todo o ano. Abraços e boa viagem!
Oi Lucila,
será que vc pode me tirar uma dúvida…É o seguinte, to pensando em ir de carro ate Torres Del Paine e pretendo dormir duas noite por lá em dois campings (Camping Central e Camping Paine Grande). Pretendo me locomover entre um e outro de carro, pegando o barco no Lago Pehoe. A minha pergunta é: Tem onde deixar o carro nessas guarderias/refugios?
Nossa lindas fotos e muito bem explicado, parabéns pelo belo post!
Oi Felipe, que bom que este post está te ajudando a preparar a sua viagem. A alta temporada em Torres del Paine geralmente é bem alta em janeiro e fevereiro. Acredito que março seja um mês mais tranquilo e não seja necessário reservar com antecedência, mas vale dar uma conferida diretamente com os provedores. Se for alta temporada, daí sim tem que reservar, principalmente os alojamentos. Boa viagem e ótimas aventuras pra você!
Oi Lucila! Pretendo fazer o circuito W em março/2017 e seu post tem sido muito importante na coleta de informações e planejamento.
Tenho uma dúvida, quem sabe você possa auxiliar: É necessário fazer reserva para ingressar no parque e reservar os locais de camping (vou ficar em barraca, não nos alojamentos)?
Obrigado!! Felipe de Souto
Oi Adriana, você pode carimbar o passaporte em alguma das entradas do parque 🙂 Uau! Que máximo que você vai fazer o circuito grande. Boa sorte!! Depois conta como foi. Abraços.
Oi Lucila, parabéns pelo relato, está tudo muito bem explicado e adorei ver o vídeo! O cansaço realmente é grande, mas a recompensa é maior ainda! Já estive nesse lugar divino pra fazer o Circuito W há 5 anos atrás e agora em janeiro vou de novo, dessa vez pra fazer o “O”!!! Não sabia que dava pra carimbar o passaporte, como eu faço isso?!