Voltei a ser criança num orfanato no Quênia

Vi os sorrisos mais sinceros, recebi os melhores abraços, acompanhei os olhares mais curiosos e senti uma satisfação profunda quando visitei as crianças da Anidan, uma ONG espanhola na ilha de Lamu, no Quênia.

Há quatro anos tinha ouvido falar deles e, finalmente, este ano pude conhecê-los. A minha visita foi curta, estive lá só por 5 dias, mas foi tempo suficiente para me emocionar com a simpatia e a fragilidade dessas crianças, que por diversas razões não moram com seus pais ou familiares.

Como surgiu essa ONG
O espanhol Rafael Selas visitou Lamu pela primeira vez há 10 anos e se deu conta da quantidade de crianças que viviam nas ruas. Aos poucos ele foi conseguindo mais ajudas e doações e hoje a Anidan acolhe 152 crianças, que recebem toda a assistência necessária para crescer em um ambiente protegido e saudável. Além disso, outras 100 crianças passam o dia lá, onde recebem alimentação, roupa e ajuda para seus estudos.

Durante os dias que passei lá a minha contribuição não foi grande; brinquei com as crianças, fiz algumas fotos e um vídeo, mas senti que meu coração e o meu carinho estiveram lá em todos os momentos. Aliás, tenho certeza que recebi muito mais do que dei.

Lembro do dia em que senti uma emoção diferente quando vi as crianças tocando tambores em uma apresentação na praça principal de Lamu. E pensar que eles aprenderam percussão há poucas semanas, graças ao magnífico trabalho do Bloko del Valle, liderado pelo energético Unai e pela carismática Luli. Eles são um casal admirável que há três anos passam suas férias no Quênia ensinando percurssão às crianças da Anidan.

Quero compartilhar algumas fotos que mostram um pouco do trabalho que essa ONG faz para paliar a triste realidade de muitas pequenos. No Quênia, cerca de 10% das crianças são órfãs. Muitas perderam os pais para a Aids, outras foram abandonadas e várias são vítimas de abusos sexuais ou violência. Muito triste.

Continuo pensando que o carinho, a presença e o apoio dos pais é a melhor receita para que qualquer criança cresça bem. Porém, acredito que um trabalho bem feito, como o que vi na Anidan, também ajuda e muito para que essas crianças possam sonhar com um futuro melhor.

A Anidan sobrevive graças a doações de pessoas como eu e você. Se quiserem saber mais ou colaborar com o projeto, cliquem aqui. E para saber mais sobre a pitoresca ilha de Lamu, escrevi este outro post.

Como este é o último post de 2012, quero me despedir de todos vocês com esta imagem sincera. Me emociono cada vez que lembro do carinho com que o Pius me tratou durante os dias que passei ao seu lado no orfanato.

Espero que ele possa ter um futuro brilhante como esse sorriso mágico que vejo em seu rosto!!