Imagina um deserto desses que a gente vê em filmes; dunas enormes, areia fininha, sol e muito calor. Eu sei, todos os desertos são assim, mas esse da Huacachina tem algo a mais, uma lagoa esverdeada no meio. Isso mesmo, esse deserto peruano não é famoso somente pela sua beleza, ele deve muito ao seu oásis.
Huacachina fica a 5 km da cidade de Ica, na região sudoeste do Peru, e a 5 horas de Lima. A gente passou por lá durante a nossa HoneyMoonBlogger e esse foi um dos lugares que mais gostei de visitar.
A maior atração de Huacachina é fazer um passeio de tubular (tipo buggy grande) e descer as suas dunas gigantes fazendo sandboarding. É suuuuper legal e a adrenalina está garantida durante o passeio. A gente fez e curtiu a valer!!
Na base do deserto quase todas as empresas oferecem a mesma coisa; passeio nos tubulares e descida com as pranchas, durante 1h. Prepare-se para chacoalhar e gritar dentro do veículo. No nosso carro, acho que quanto mais as mulheres gritavam, mais o motorista se empolgava e parecia que acelerava ainda mais.
Adorei ver essa paisagem que parecia infinita e adorei cada momento. Na hora de descer com as pranchas, eu fui deitada, já que esse era o jeito mais fácil e menos perigoso de me esborrachar. E olha que a duna era imensa e eu consegui descer sem cair da prancha.
Assista ao vídeo do ski bunda 🙂
O nosso motorista fez duas paradas para tirar fotos e fazer o tal do sandboarding. Eu gostei tanto que fiquei com vontade de mais. Aliás, a gente perguntou quantas descidas faríamos e o cara disse que iam ser três, mas depois só descemos duas vezes. Conselho, pergunte e cobre do seu motorista isso. Outra dica que dou é fazer esse passeio no fim da tarde já que o calor por lá, como você pode imaginar, é muuuuito forte. A gente foi perto das 17h e foi bem bacana porque ainda pegamos o pôr do sol lá em cima.
Eu realmente gostei do passeio, mas fiquei bem chateada com a quantidade de lixo que encontrei nesse deserto. Vi muitas garrafas de plástico e sacolas sendo arrastadas pelo vento. É inacreditável que nos dias de hoje turistas ainda joguem lixo em qualquer lugar sem se importar com o planeta. Achei que pela entrada que cobram no deserto de cada pessoa (1 dólar), o lugar deveria estar bem mais limpo.
Além do passeio pelas dunas, não há muito mais para se fazer por lá. Huacachina é bem pequena, tem cerca de 200 habitantes e a maioria dos lugares ao redor da lagoa são alojamentos. E pra ninguém me matar depois, já vou avisando que o oásis parece bem mais bonito nas fotos do que ao vivo.
Ah, alguns moradores me disseram que hoje em dia a água esverdeada da lagoa está contaminada e já não é recomendável tomar banho ali. Na minha opinião, a graça de Huacachina são somente as suas dunas. Com esses comentários não quero desanimar ninguém, mesmo porque eu acho que a visita ao deserto é incrível. Eu adorei e voltaria só para passear pelas suas belas dunas.
Lenda
Como todo lugar turístico que se preze tem uma lenda, este não poderia ser diferente. O nome Huacachina vem de uma mulher local que se chamava Huacay China. Diz a lenda que ela se apaixonou por um guerreiro que morreu durante uma guerra pouco antes deles se casarem. Foi por isso que Huacay China chorou durante vários dias até formar uma pequena lagoa. Ela passou alguns dias na lagoa sem poder sair e acabou virando uma sereia. Essa lenda é tão popular por lá que num dos lados da lagoa tem uma estátua em forma de sereia.
Onde ficar
Antes de chegar em Ica a gente queria ficar hospedado em Huacachina, que fica aos pés do deserto, literalmente. Mas mudamos de ideia e acabamos dormindo em Ica, que está apenas a 5 km do deserto e o plano foi perfeito. A cidade de Ica em si é bem feinha e tem um trânsito caótico, mas tem melhor infraestrutura e em apenas 10 minutos você já está no deserto.
Nós ficamos hospedados na singela Pousada Sol y Vida e recomendo. O lugar é bem simples, mas limpo. Os quartos são privativos e têm banheiro. E a proprietária, Doña Flor, é um amor de pessoa. Nós ficamos duas noites lá e ela nos deixou ficar até mais tarde porque o nosso ônibus saía às 19h e ainda nos deu uma garrafa de água e torta de maçã para comer no ônibus. Uma fofa. Além disso, a pousada é bem localizada; fica meio longe do centro que não é bonito e tem fama de ser perigoso em certas áreas. A pousada da Doña Flor fica a três quarteirões de um shopping center bacana.
Passeios
A gente reservou o nosso passeio de tubular na pousada mesmo. Pagamos 40 soles (cerca de 12 dólares), com transporte de ida até o deserto incluído. Quando chegamos em Huacachina, vimos que esse mesmo passeio estava sendo oferecido por 30 soles, mas tinha que pagar a taxa de entrada ao deserto que é de 1 dólar. Ou seja, o que pagamos diretamente na pousada foi um bom preço porque incluiu o transporte desde Ica também.
Ah, e prepare-se para voltar cheioooo de areia. Você vai encontrar grãozinhos dourados em lugares inimagináveis, mas pode ter certeza que a experiência vai ficar na sua memória por muito tempo. Passeio altamente recomendável!! Mais informações sobre Huacachina aqui.
Outros atrativos
Além de conhecer o deserto da Huacachina, outra atração da região de Ica são as suas adegas que produzem vinho e pisco. Nós fizemos a Ruta do Pisco e curtimos a experiência que conto neste post.
Ica fica a 75 km de Paracas que é outra cidadezinha famosa nessa região do Peru. A maioria das pessoas que visita esse lugar (que fica na costa) vai até lá só para sobrevoar as famosas linhas de Nazca, mas pouca gente sabe que Paracas e Ica também oferecem opções bem legais de turismo, como essa do deserto.
Eu sugiro reservar três dias para visitar essa região. No primeiro dia, na parte da manhã, conhecer uma ou duas adegas e percorrer parte da Ruta del Pisco, e de tarde passear pelo deserto da Huacachina. No segundo dia ir a Paracas, uma pequena praia e fazer o passeio de lancha para ver as Islas Ballestas na parte da manhã, e visitar o belíssimo Parque Nacional de Paracas, de tarde. E no último dia sobrevoar as linhas de Nazca e depois retornar a Lima ou seguir viagem pelo Peru.