[dropcap letter=”M”]uitas vezes eu esqueço que dá pra percorrer algumas cidades por debaixo da terra. Se posso escolher prefiro a superfície. Gosto de ver o trânsito, as lojas e as pessoas circulando, mas em metrópoles muito grandes, usar o metrô pra ir de uma ponta a outra pode ser uma mão na roda.
Em Buenos Aires não é diferente. A rede mais antiga de metrô da América Latina guarda algumas surpresas para os turistas. Fundado em 1913, esse metrô foi o primeiro do hemisfério sul. A rede da cidade não é das 10 melhores; não é grande, cobre uma pequena parte e são poucas as estações que permitem baldeação. Mas, apesar disso, vale a viagem.
Esse metrô tem 6 linhas e cada uma é diferenciada por uma letra e uma cor diferente. O subte, como é chamado pelos locais, passa perto de várias atrações e de alguns lugares “secretos” que os portenhos costumam visitar.
Pra quem quiser seguir os passos do célebre Carlos Gardel, a linha B é uma mão na roda para conhecer o bairro Abasto. Descendo na estação que tem o mesmo nome do famoso cantor de tango dá para visitar o Shopping Abasto (Av. Corrientes, 3247), um antigo mercado que hoje abriga mais de 200 lojas, restaurantes e cinemas. O próximo destino, a três quarteirões dali, é o Museu Casa Carlos Gardel (Calle Jean Jaures, 735) e um calçadão com uma estátua do artista (entre as Ruas Carlos Gardel e Manuel de Anchorena).
Depois de passear e conhecer o bairro onde esse ícone do tango morou, dá pra pegar a linha B de novo e descer na estação Federico Lacroze pra entrar no famoso Cemitério Chacarita (Av. Guzmán, 680). Gardel e outros artistas argentinos renomados, como Osvaldo Pugliese estão enterrados ali.
Outro passeio interessante pela linha B é descer no Obelisco, parte nevrálgica de Buenos Aires e ponto de encontro dos argentinos em dias de celebrações ou protestos. As estações mais próximas são Nueve de Julio (linha B) e Carlos Pellegrini (linha D). Dali são poucos quarteirões até o Teatro Colón (Av. Belgrano, 836). Quem optar por fazer compras pode seguir para o calçadão Florida (estação Florida, linha B).
E para aqueles que preferirem um passeio cultural, caminhar pela famosa Avenida Corrientes, onde ficam os maiores teatros de Buenos Aires, diversas livrarias e várias pizzarias, é uma opção interessante. De noite esse é um programa ideal, Corrientes fica cheia de gente até altas horas da noite.
Durante o dia, quando os pés cansarem, a solução pode ser descer as escadas e pegar outro metrô na Av. Corrientes, na estação Callao (linha D). Na parada da Plaza Italia dá pra conhecer o Jardim Botânico (Av. Santa Fe, 3951) e o zoológico (Av. Sarmiento, 2827).
Seguindo pela mesma linha se chega a estação Juramento, onde há dois lugares que valem a visita no bairro Belgrano. A dois quarteirões do metrô fica o Museu de Arte Espanhol Larreta (Av. Juramento, 2291), que tem pinturas e peças decorativas da época renascentista espanhola dos séculos XIX e XX, que pertenceram ao escritor argentino Enrique Larreta. Não deixe de visitar o lindo pátio andaluz na parte de trás do museu.
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Ainda pelo bairro, para quem gosta de tango e procura algo bem autêntico, não perca aos sábados e domingos o tango na Glorieta de Belgrano (Rua 11 de Septiembre). A partir das 19h, dezenas de casais de todas as idades se embalam e se acompanham ao som de Gardel e outros músicos. Um programa bem local. E não importa se você não sabe dançar, sempre tem alguém disposto a ensinar e nada melhor do que aprender com um portenho, né?
Mudando de área, com a linha C do metrô dá pra visitar o turístico bairro de San Telmo, que tem uma feira de antiguidade muito bacana aos domingos. A estação mais próxima é Independencia. Outro ponto interessante é a praça San Martín, na estação de Retiro. Ali dá pra apreciar como os portenhos descansam no meio das árvores e as crianças brincam sem pressa na praça.
A linha A, que parte da histórica Plaza de Mayo, também conta com vários atrativos; ali perto está a Casa Rosada (Balcarce, 50), sede do governo argentino, e a Catedral (Rua San Martín, 42). Quem optar por continuar nessa linha pode descer na estação Congreso para ver o imponente edifício branco do Congresso Nacional Argentino (Rua Hipólito Yrigoyen, 1835), sede do poder legislativo.
Precauções
Bom, como acontece em qualquer cidade grande do mundo, é importante tomar muito cuidado com os pertences dentro do metrô de Buenos Aires. Durante o dia é bastante seguro viajar nos vagões portenhos, mas não deixe sua bolsa, mochila ou celular dando sopa em nenhum momento. Infelizmente há vários batedores de carteira viajando nos metrôs daqui também.
Evite a hora do rush (7h às 9h e 17h às 18h30) quando a galera sai do trabalho. Além de viajar mal nesse período, os vagões ficam extremamente lotados e todo mundo vira presa pra ladrão.
Serviço: O metrô abre das 5h às 22h30 de segunda a sábado; de 8h às 22h aos domingos. Atualmente, o preço de uma viagem custa $2,50, aproximadaente R$1. Se quiser mais informações e um mapa com as estações do metrô de Buenos Aires acesse www.subte.com.ar
Obrigada pela informação, Marcelo. Confirmo que o Piazzola está enterrado no cemitério Jardin de Paz, como você disse. Um abraço.
Muito obrigada pela informação, Marcelo. Já estou atualizando no post também. Abraços.
Astor Piazzolla não está no cemitério da Chacarita. Está no Jardín de Paz! Abraços
Oi Tatiana, que bom que vc tem usado o blog para conhecer B. Aires. Fico feliz. Dei uma olhada sobre o que vc escreveu e continuo encontrando a mesma informação, de que Piazzolla está sim enterrado no Cementério da Chacarita, como vc pode ler neste outro link. http://daytours4u.com/blog/pt/bsas4u/cemiterio-chacarita
Update: Tatiana, um leitor acabou de informar que o Piazzola está enterrado no Jardim de Paz. Ou seja, não era nem na Recoleta nem na Chacarita 🙁
Abraços e continue curtindo muito Buenos!!
Bom roteiro, estou em Buenos Aires utilizando-o como base para meus passeios, porém…
Fui hoje ao Cemitério Chacarita, encontrei o túmulo de Carlos Gardel, o de Osvaldo Pugliesi, mas não o de Astor Piazzolla. Rodei o cemitério INTEIRO, passando inclusive pelas macabras sepulturas do subsolo… para só depois descobrir que Piazzolla não está enterrado no Chacarita, mas sim no CEMITÉRIO DA RECOLETA. O Chacarita tem uma bela praça chamada de Panteão dos Músicos, onde ficam os túmulos de várias personalidades importantes da música portenha, exceto Piazzolla. Achei isso um baita descaso, mas talvez isso seja porque ele não fez tanto sucesso na Argentina, mas sim em Paris e outras cidades do mundo. Enfim, por favor corrijam a matéria para que outros desavisados não passem pela mesma decepção!
Que bom, Sérgio. Tomara que vcs gostem da Argentina e façam ótimos passeios por aqui. Abraços.
Boas dicas. Em Setembro estamos a pensar andar um mês pela América Latina e a Argentina está nos nossos planos.
Também preferimos os transportes por cima de terra, mas temos que admitir que o metro foi um extraordinária invenção no que à mobilidade diz respeito.
Um abraço.
Sérgio