[dropcap letter=”U”]ma das coisas que mais me encanta de Buenos Aires é caminhar pelas suas ruas antigas e de repente encontrar um lugar interessante. Bom, aqui isso é o que mais tem. Outro dia estava passeando pelas ruas do bairro San Telmo e uma placa que dizia “Museo de Títeres” me chamou a atenção. Títeres significa fantoche, em português. Fofa essa palavra, né?
Não resisti, atravessei a rua, entrei no museu e literalmente dei asas à minha imaginação. Quando eu era criança, minha mãe fazia animação de festas infantis. Ela tinha um teatro azul de madeira bem grandão, e uma coleção imensa de fantoches, todos feitos por ela. Lembro da vózinha com cabelo de lã cinza e óculos de arame, tinha chapeuzinho vermelho com uma cestinha de vime, uma família de sapos, entre muitos outros. Lembro que cada vez que ela abria aquelas caixas de sapato, onde guardava os fantoches, o meu mundo se transportava e eu podia passar horas brincando com esses personagens e criar várias histórias com meus irmãos.
Como não poderia deixar de ser, quando entrei nesse museu lembrei de tudo isso enquanto percorria as salas desse interessante lugar que acabei encontrando por acaso em uma rua estreita de Buenos Aires.
O Museo de Títeres tem três salas de fantoches; uma argentina, uma latino-americana e outra com fantoches e marionetes do mundo todo. Os mais antigos são os da Indonésia, que têm mais de 200 anos. Vi alguns bem curiosos vindos de lugares tão remotos como da Romênia, Índia ou África.
Também encontrei objetos interessantes como o primeiro teatro de fantoches que chegou a Argentina vindo da Itália. O Teatro Sicília funcionou em Buenos Aires até 1925. Na sala de fantoches da América Latina também encontrei um do Brasil, é esse aí da foto. Ele se chama mamulango.
As fundadoras do museu, as argentinas Mane Bernardo e Sarah Bianchi, eram titiriteras. Sim, a profissão delas era fazer teatro de fantoches. E durante suas apresentações pelo mundo afora elas foram comprando peças, trocando por outras e algumas ganharam de presente. Assim é que essa interessante coleção de 500 peças se formou.
Percorrendos as salas vi pequenos teatros de papel e várias marionetes, que pareciam estátuas querendo ganhar vida em qualquer momento. Fiquei pensando nesse momento mágico quando alguém pega uma marionete, e com mãos invisíveis vai dando movimento, graça e voz à peça. Realmente isso é arte, gente.
Além do museu, o local conta com uma biblioteca especializada sobre história e técnica de fantoches, e tem também uma sala de espetáculos. Todos os fins de semana alguma companhia de teatro de marionetes faz apresentações para crianças e adultos, às 16h e 17h30. Acho que não vou esperar minhas sobrinhas virem me visitar pra dar um pulo lá de novo e ver alguma dessas apresentações.
Depois de sair desse museu fiquei horas com aquela sensação gostosa que é ser criança, e melhor ainda foi me dar conta de que mesmo sendo adulta a fantasia não me abandonou!
Serviço: Museo Argentino del Títere. Calle Piedras, 905, San Telmo. Telefone: 4307-6917. Aberto diariamente, menos segunda-feira, das 15h às 18h. Mais informações: www.facebook.com/museoargentinodeltitere
Muito interessante esse post,amei o Museu, parabéns!
Ueba! Fico feliz que tenham gostado do post e queiram compartilhar. Abraços aos boias!!
Que bom que vc curtiu. Não deixe de passar lá pra conhecer. É uma volta a infância. Abraços!!
Olá. Tudo bem? 🙂
Seu post foi selecionado para a #Viajosfera, do Viaje na Viagem.
Dá uma olhada em http://www.viajenaviagem.com
Até mais,
Natalie – Boia
Museu da fantoche!! Obrigado pela leitura e tour virtual!