A gente faz a mala com tanto carinho antes de viajar, coloca coisas importantes como produtos de higiene pessoal, aquela roupa nova, um par de tênis pra caminhar, etc e mais etc. Até aí tudo bem, mas o problema começa quando algumas coisas não chegam ao seu destino ou pior ainda, a sua mala ou mochila simplesmente desaparece. Você fica lá parado na frente da esteira… espera, espera e nada da sua bagagem aparecer. O que fazer nessa hora? Quem é o responsável? Pra quem o passageiro deve reclamar?
O mochileiro mega viajado Daniel Thompson passou por um perrengue desses quando chegou nas Filipinas. Ele estava no meio de um projeto visitando as 7 maravilhas do mundo moderno, quando esse episódio o fez perder 4 dias de viagem e a paciência em Manila. “Cheguei lá e vi que a minha mochila tinha ficado no meio do caminho. Foram 4 dias sem ter notícias dela. O máximo que o pessoal da JetStar, companhia em que viajei, me dizia era que ainda não tinham encontrado, mas que continuavam buscando. O cartão de crédito Visa, que havia prometido ajudar e fazer contatos diários, nem sinal de vida deu. Tive que comprar cuecas (o auto-reverse já não fazia mais efeito) e uma camiseta”, relembra.
Depois de quatro dias dessa novela, sem ter notícias da mochila, Daniel acordou com a pá virada. “Fui preparado para fazer barraco mesmo. Cheguei avisando que a partir daquele dia eu ia dormir no sofá da empresa. Os funcionários vieram com o mesmo blá blá blá de antes, que tinham mandado email, telefonado para os aeroportos e que eu deveria esperar mais tempo. Avisei que esperaria, usando o banheiro deles e dormindo lá mesmo”, conta.
Depois de ter conversado com quase todos os funcionários da companhia aérea, dos mais diversos escalões, uma senhora disse que então ele teria direito a um reembolso de US$20. Foi quando Daniel decidiu botar a boca no trombone pra ver se conseguia alguma coisa. “Saí do escritório da JetStar, fui ao mezanino do aeroporto e discursei em alto e bom som, para todos os passageiros do saguão, dizendo o que estava acontecendo e o que eu achava daquela cia. aérea”, esclarece. E parece que deu certo. Em seguida a polícia apareceu e em meia hora encontraram a sua mochila sã e salva. Ufa!
Assistam ao vídeo em que o Daniel aparece botando a boca no trombone. É ótimo!!
Depois desse susto, o intrépido viajante, que já deu duas voltas ao mundo, seguiu sua viagem pelas 7 maravilhas do mundo moderno. Se quiserem conferir como foi essa aventura, tem tudo aqui no blog dele, o Mochileiro das Maravilhas.
Por outro lado, a curitibana Adriana Vieira não teve a mesma sorte. Quando ela voltou de uma viagem dos Estados Unidos, percebeu que vários cremes e perfumes, que ela tinha comprado pra dar de presente, tinham sumido! “Eu tinha espalhado eles pela mala, já pensando em que poderiam sumir, mas mesmo assim não teve jeito. Me roubaram. Como a mala não estava com nenhum sinal de violação, só percebi quando cheguei em casa. Nem voltei pra falar com a cia. eérea, porque já tinha saído do aeroporto e seria a minha palavra contra a deles”, explica.
Depois do prejuízo, agora Adriana toma mais cuidado. Quando compra coisas, tenta escondê-las dentro de sapatos ou deixa mais no fundo da mala. Além de colocar cadeado, é claro.
Incomodada com o assunto, uma vez conversei sobre tudo isso com um trabalhador de uma companhia aérea brasileira e ele me deu uma pista boa. Me disse que a maioria das malas que são roubadas ou extraviadas são bagagens boas, de marca. Ele me sugeriu a viajar sempre com mala normal, que não sejam chamativas e que não aparentem ter coisas valiosas dentro.
Dicas
E por falar em dicas, eu bato na madeira, porque até hoje nunca tive nenhum problema com bagagem extraviada. Mas como já ouvi tantas histórias desse tipo, sempre coloco uma muda de roupa e a minha escova e pasta de dente na bagagem de mão. Outra dica bacana é embalar a mala com aqueles plásticos no aeroporto. Sei que isso não é garantia de que a mala não vá ser aberta, mas acho que já é um obstáculo a mais para o ladrão. Mas quando a grana tá realmente curta e não embalo a bagagem, peço no balcão do check-in um lacre de plástico e coloco no zíper, além de cadeado. Geralmente, as companhias dão esse lacrezinho. É só pedir.
Além disso, é melhor não despachar a mala com objetos de valor dentro. Gente, máquina fotógrafica, computador, joias, etc, vai sempre na mala de mão. Em último caso, se tiver que deixar algo que tenha muito valor material ou sentimental na bagagem que vai ser despachada, declare isso, antes de embarcar. Na teoria, se a mala sumir ou o que estava dentro, a compahia teria que ressarcir esse valor.
Segundo a Anac, 30 dias é o prazo máximo para que a bagagem extraviada seja encontrada e devolvida. Depois desse prazo, o passageiro tem direito a uma indenização. Essa regra mudou e agora o prazo máximo passa para 7 dias. Confira todas as mudanças da Anac neste post.
O que fazer
Continuando com os procedimentos, se você notar que falta algo de dentro da sua bagagem, que a mala está quebrada ou avariada, reclame antes de sair do aeroporto. Preencha o Registro de Irregularidade de Bagagem (RIB), no guichê da companhia aérea. Para isso você vai precisar do ticket de bagagem. Se a empresa não aceitar o preenchimento do RIB, reclame diretamente com a ANAC, no caso de voos nacionais. Fora do Brasil, esse formulário se chama (PIR) Property Irregularity Report.
Ah, este é o link com uma lista do Procon e da Anac sobre o direito dos passageiros, em caso de ter a bagagem extraviada.
Deixo aqui um resumo com dicas que podem evitar o extravio ou a perda de bagagem.
– Etiquetar bem a mala com e-mail, nome, endereço e telefone de contato
– Colocar cadeado e lacre de plástico das companhias aéreas, antes de despachar
– Embalar a bagagem com aqueles plásticos do aeroporto
– Levar itens de primeira necessidade e uma muda de roupa na mala de mão
– Não despachar objetos de valor na mala
Se você tiver outras dicas, compartilhe aqui com a gente!!