Genebra pode ser uma das portas de entrada para conhecer a incrível Suíça. A cidade é pequena, mas tem muito charme e vários lugares interessantes para conhecer. Além disso, ela é conhecida como a capital da paz e o berço das ONGs de ajuda humanitária.
Na cidade estão as sedes da Cruz Vermelha, da ONU, da Oxfam, assim como da OMC, Organização Mundial do Comércio, entre outras 200 organizações internacionais.
Muitos pensam que Genebra é a capital do país, mas a capital da Suíça é Berna, que fica a 160km de distância. Eu adorei caminhar pelas ruas desta pequena cidade que é banhada pelo Lago Léman, também conhecido como Lago Genebra. Sua água esverdeada e transparente dão um toque ainda mais especial à cidade.
Imagina você que a água é tão pura e limpa, que eu vi muita gente tomando banho no lago para se refrescar durante o verão. Na região de Bains des Pâquis, tem uma ¨praia pública¨, com trapiche de cimento, lugar para trocar de roupa e trampolim. Esse lugar fica lotado nos dias de calor e a entrada custa 2 francos suíços.
Também no Lago Léman está um dos cartões postais da cidade, o Jet d’Eau. A obra é um chafariz imenso que jorra água a 140 metros de altura, a uma velocidade de 200km por hora. É possível chegar ali caminhando, a atração é gratuita e pode ser vista de vários lugares, ou de barquinho que também é transporte público.
Eu passei 6 dias em Genebra porque fui visitar uma amiga, mas como a cidade é pequena eu diria que dois dias são suficientes para conhecê-la tranquilamente. Vou detalhar aqui os lugares que conheci fazendo um roteiro de 48 horas e que podem ser visitados em qualquer ordem. A divisão é só uma sugestão mesmo. Confira o mapa com os principais pontos de parada.
1º dia de manhã – Centro histórico
A maioria das atrações de Genebra estão na cidade antiga, na Vieille-Ville. Essa é a maior cidade histórica da Suíça. Aliás, essa foi a região que mais gostei.
Pra chegar lá caminhando é só atravessar a Ponte Mont Blanc que você vai dar de cara com a primeira atração do lado direito, o Relógio de Flores. Pontualidade é coisa séria nesse país que tem muita tradição na arte da relojoaria. Imagina que esse relógio é tão importante que a hora é transmitida dali via satélite. Aproveite para observar também o ponteiro dos segundos que é enorme, mede 2,5 metros!!
Depois disso, você pode caminhar pelas ruas mais chiques de Genebra: a Rue du Rhône, Rue La Croix-d´Or e Rue de Rive. Muitas lojas de grife estão espalhadas por ali. Ainda bem que olhar vitrine é de graça, né?
Em seguida, entre na parte antiga mesmo e se perca nessas ruazinhas charmosas e estreitas.
Das atrações que devem ser visitadas ali está a Catedral de São Pedro que tem duas torres que valem a subida. Se você tiver fôlego para subir 157 degraus, não perca a oportunidade para ter uma vista panorâmica de Genebra lá de cima. A entrada na catedral é gratuita, mas para subir nas torres tem que pagar 5 francos.
Ali perto fica a casa mais antiga da cidade, a Maison Tavel, que mostra a fundação e a história de Genebra. A entrada é gratuita.
Quem quiser saber um pouco mais sobre a Reforma Protestante que mudou a história da Europa, pode aproveitar para visitar o Museu Internacional da Reforma. Livros, pinturas e manuscritos contam o movimento da reforma, um dos maiores movimentos religiosos do cristianismo.
Seguindo os passos da Reforma, não deixe de visitar o Muro dos Reformadores, que fica ali perto também. Esse famoso muro tem esculturas enormes de figuras importantes da Reforma Protestante. A obra fica dentro do Parque dos Bastiões (Parc des Bastions).
João Calvino, Guilherme Farel, Teodoro de Beza e John Knox estão ali representados em estátuas de pedra esculpidas em um muro gigante.
João Calvino viveu quase 30 anos na Suíça e contribuiu com o desenvolvimento do protestantismo e do projeto conhecido como Reforma.
Além de conhecer o muro, gostei muito de passear por esse parque e de ver uma outra cara de Genebra, mais descontraída. Vi várias pessoas se divertindo e jogando dama e xadrez nesses tabuleiros gigantes.
1º dia de tarde – Teleférico de Mont-Salève
Na parte da tarde você pode aproveitar para apreciar Genebra lá de cima, mas em outro país!! Eu acabei não subindo ao teleférico por falta de tempo, mas a minha amiga disse que vale a pena. Do Mont-Salève se tem uma vista completa da cidade de Genebra o do seu lago.
O ônibus número 8 sai da estação central de trem e o ponto final é ali pertinho do teleférico. Uma curiosidade, essa atração fica do lado francês. Por isso o valor é em euros (12 por pessoa) e para isso é preciso caminhar uns 10 minutos do ponto de ônibus até lá, passando pela fronteira a pé onde ninguém pergunta nada, super tranquilo.
2º dia de manhã– Tour ou atelier de chocolate
Que tal começar o dia provando os melhores chocolates suíços ou fazendo seu próprio chocolate em uma fábrica? Na dúvida, eu fiz os dois hehe.
Então, aproveite para ler este outro post sobre essas duas experiências deliciosas que podem ser feitas tranquilamente em uma manhã!!
2º dia de tarde – Cruz Vermelha e ONU
Genebra é conhecida como a capital da paz por ser uma intermediária na resolução de conflitos internacionais e também como uma cidade onde se respira o desenvolvimento dos direitos humanos.
Depois de Nova York, o maior centro da ONU fica em Genebra. O Palais des Nations abriga a sede europeia das Nações Unidas e ali é possível fazer uma visita para conhecer o trabalho dessa entidade. Eu acabei não fazendo a visita guiada porque já tinha feito uma na ONU de Viena e preferi visitar desta vez o Museu da Cruz Vermelha.
Quem quiser fazer o tour guiado na ONU é de segunda a sexta, das 10h ao meio-dia e das 14h às 16h e o valor é de 12 francos. Detalhe importante, se não me engano é preciso levar o passaporte para entrar.
Bem na frente do edifício da ONU fica a Praça das Nações que tem uns jatos de água e uma escultura enorme de 12 metros de altura de uma cadeira quebrada.
Ela foi feita para pedir aos mandatários que proíbam o uso de minas terrestres e também para que as pessoas que passam por ali lembrem das vítimas que perderam algum membro por conta dessas absurdas minas.
Cruz
Vermelha
Visitar esse museu foi algo como uma chacoalhada no esqueleto. Achei triste,
comovedor e imprescindível, tudo ao mesmo tempo. A exposição principal está
dividida em três partes: defesa da dignidade
humana, restauração dos laços familiares e redução dos riscos naturais.
Há várias testemunhas que compartilham sua história, documentos, partes interativas e muitos objetos que contam sobre os esforços humanitários desta incrível organização. Eu sou fã da Cruz Vermelha há muitos anos!
Durante a visita, também gostei de saber por que o símbolo da Cruz Vermelha (que são as cores da bandeira Suíça ao contrário) muda para uma lua vermelha em países muçulmanos. É que nessas regiões a cruz é identificada como um símbolo religioso e não é respeitada como uma ONG. Por isso a organização acabou adotando a lua vermelha em algumas regiões do mundo.
Toda a exposição é feita com um áudio-guia que achei excelente. As explicações são concisas e super importantes para entender um pouco mais do que é exibido ali. A entrada ao museu da Cruz Vermelha custa 15 francos e a visita pode ser feita de 3f a domingo, das 10h às 17h.
Como chegar
O ônibus que vai do centro até a região tanto da ONU como da Cruz Vermelha é o número 8.
Outras atrações
Além desses lugares que compartilhei neste post, que foram os que eu visitei, outro ponto interessante para ir é o Centro Europeu de Investigação Nuclear (Cern). Ele foi criado depois da II Guerra Mundial e ali foi inventada nada menos do que a internet! O Cern fica a 20 minutos de trem da estação central.
Para quem gosta de relógios, afinal de contas a tradição suíça é forte quando o assunto é relógio. Em Cité du Temps, a prestigiosa marca Swatch tem uma exposição de todos os seus relógios, desde o início da sua criação em 1980.
Alojamento
Como você já pode imaginar, hospedagem em Genebra é uma das coisas mais caras da viagem, mas reservando com tempo é possível conseguir um preço melhor. Para quem estiver com o orçamento apertado, na cidade tem alguns hostels!! Uma cama em um quarto compartilhado no Geneva Hostel custa cerca de R$140 por noite, com café da manhã.
A maioria dos hotéis estão do outro lado da Ponte Mont Blanc, não na parte histórica. Confira aqui as melhores ofertas de alojamento em Genebra no Booking.
Idioma e moeda
Na Suíça há 4 idiomas oficiais: italiano, alemão, inglês e romanche. No cantão (região) de Genebra se fala francês, mas quase todo mundo também fala inglês, principalmente nos lugares turísticos.
A Suíça não está na União Europeia, por isso não adota o euro como moeda. Ali se usa o franco suíço. Quando estive lá em julho de 2019, o franco valia quase igual ao dólar americano.
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