Muito gelo, lagos, caminhadas e uma paisagem branca onde o homem é um mero espectador. Visitar o El Calafate, na Argentina, é mais do que uma simples viagem, é uma aventura que marca pra sempre.
Este post quem escreveu foi meu amigo Rafael Pieroni, jornalista, e viajante nas horas vagas. Confesso que quando terminei de ler fiquei com mais vontade ainda de conhecer esse lugar.
Conhecer Perito Moreno, na Patagônia Argentina, estava na minha lista de destinos turísticos há alguns anos. E foi durante um período curto de férias (4 dias) que decidi arrumar as malas e partir pra lá.
Voei com a Aerolineas Argentinas e achei a melhor opção, não apenas pelo preço (paguei R$ 1.700 pelo trecho Rio – Calafate – Buenos Aires – Rio), como também pelos horários. São seis horas de viagem (sem contar o tempo na escala de B. Aires) e esse foi um horário perfeito porque não precisei madrugar no aeroporto e também cheguei na Patagônia relativamente cedo (por conta do verão, a noite só cai depois das 21h).
Quando pisei do lado de fora do aeroporto pensei na sorte de não ter levado mais roupas de frio. Apesar de ser famoso pelo glaciar Perito Moreno, El Calafate me surpreendeu com altas temperaturas. Só peguei dias ensolarados e termômetro marcando 26°C.
O agasalho serve bem para as manhãs e pro final do dia e, claro, para os passeios que você fizer na gelereira e nos lagos da região. O dia pode ser quente, mas os ventos são sempre frios, muito frios.
O que fazer
Existem diversos passeios na região mas o que considero essencial mesmo é explorar o glaciar Perito Moreno. Não dá pra ir a Calafate e não ver o Perito Moreno! A empresa Hielo y Aventura tem a exclusividade na organização de passeios até o glaciar. Por isso, vale fechar um pacote diretamente com eles que, em geral, oferece preços mais em conta. Eles têm uma agência na principal avenida da cidade (Av. del Libertador General San Martín). Nessa mesma avenida também tem outras agências que oferecem este e outros passeios. Para a opção de minitreking, paguei cerca de US$ 85.
O passeio inclui transfer até o porto localizado no lago argentino. Tudo bem organizado e com guia. Na chegada ao parque, tem que pagar ingresso (que não está incluído no pacote). Brasileiros pagam menos porque fazemos parte do Mercosul, mas é preciso ter o passaporte ou qualquer outro documento que comprove a sua nacionalidade. O preço para brasileiros é de US$ 12.
Uma vez no parque, seguimos até o porto Bajo las Sombras e, num barco, avançamos 75km em direção ao glaciar. Aos poucos, a paisagem vai mudando e já é possível ver imensos pedaços de gelo boiando no lago. São partes do glaciar que se soltam durante esse período de verão.
Já em terra firme, encontramos os guias que nos acompanharam na caminhada. Eles dão informações gerais do parque, sobre a formação do glaciar e até mesmo falam da origem do nome. Lá eu fiquei sabendo que Perito Moreno é uma homenagem ao argentino Francisco Moreno que, perito em geologia, foi responsável por acabar com os conflitos de terra entre Argentina e Chile no final do século XIX ao delimitar uma linha que finalmente separava os dois países.
Depois das explicações, o grupo se divide. Colocamos uns grampos sob os tênis, o que garante estabilidade na caminhada no gelo, e começamos a exploração. A caminhada dura cerca de duas horas, com paradas para falar um pouco dos aspectos do glaciar, fotos e, claro, contemplação da natureza.
Não tivemos que fazer um grande esforço físico para locomoção no gelo, mas é importante estar atento às dicas dos instrutores. A caminhada é incrível! Diante dos teus olhos vão aparecendo cenários magníficos, constratando o gelo com a lagoa e as montanhas, algumas cobertas de neve, outras com vegetação rasteira e escura.
O passeio sob o glaciar termina de forma inusitada: o guia oferece alfajor e retira pedras de gelo de Perito Moreno para preparar doses de whisky pro grupo. Uma experiência e tanto até para quem não é muito fã de whisky, como eu!
Logo depois da caminhada, a gente tirou os grampos e tivemos uma hora de pausa pro almoço. Como esse tour não tem almoço incluído, é recomendável passar antes num mercado e comprar algo pra comer.
Depois dessa hora de descanso e conversa, voltamos ao barco rumo às passarelas de visitação do glaciar. Essas passarelas são construções de madeira localizadas num outro lado do Perito Moreno. Nessa hora, a dica é ficar parado no mesmo lugar por cerca de 20 minutos, tempo em que dá pra ver parte do glaciar se romper e cair dentro do lago. Eu garanto, o barulho é estrondoso e essa é uma imagem difícil de esquecer.
O dia termina com o transfer de volta ao centro de Calafate, onde você ainda tem tempo de programar uma nova aventura para o dia seguinte. Opção é o que não falta; andar de bicicleta, cavalgar, caiaque entre os blocos de gelo, além de tours bate e volta para localidades como El Chaltén, considerado um dos melhores destinos para caminhadas do mundo. Outra opção é visitar as famosas Torres del Paine, já no lado chileno.
E adivinhem como terminou meu primeiro dia na Patagônia? Com um bom jantar e uma taça de vinho pra fechar perfeitamente bem esse dia num dos lugares mais incríveis que já conheci!
O que levar
Eu fui no final de fevereiro, verão no Hemisfério Sul. Pra não pesar na mala, decidi levar apenas um casaco dos bons, gorro e luvas, além de um suéter. Calças, dois pares de tênis (um no pé, outro na mala) e camisetas, cuecas e meias para os sete dias de viagem era tudo o que tinha.
Transporte aeroporto
Pra sair do aeroporto sem pagar muito num táxi, a dica é ir até o balcão da empresa VEN, que faz transfer. Paguei cerca de 17 dólares pelo translado até o hotel, que também incluiu a volta pro aeroporto alguns dias depois.
Onde ficar
Fiquei na Hosteria Austral, bem no centro da cidade. Os quartos são bons e tem água quente nos chuveiros. A recepcionista era super simpática e me ajudou a organizar os passeios que eu queria fazer. O único problema era o sinal do wi-fi no quarto onde fiquei, que não era muito bom. Paguei cerca de US$60 por noite.
Se quiser fazer uma reserva nesse hostel, pode fazer pelo Booking que tem ótimos preços. Além disso, fazendo a reserva por esse link você também ajuda o blog com uma pequena comissão e não paga a mais por isso!
Todas as fotos são cortesia do Rafael Pieroni, autor do post. Adorei a sua participação, Rafa. Muchas gracias!!
Que aventura. Adorei suas fotos. Abraço!
Oi Marciele
Sim, dá para caminhar na neve do Perito Moreno o ano todo. As paisagens são incríveis. Você vai adorar. Abraços.
Oi!!!
Eu e meu esposo estamos querendo ir visitar a Patagônia na metade de Fevereiro, ainda dá para ver neve neste período???? Então pelas suas fotos dá para caminhar no Perito Moreno mesmo no verão???