[dropcap letter=”F”]azer um safári pela África é uma experiência maravilhosa e quase indescritível. Agora imagina como é fazer um sáfari de luxo pela Tanzânia!! Eu conto para vocês todos os detalhes dessa aventura e muitas dicas de quando ir, como escolher uma agência, o que levar num safári e muito mais.
Na Tanzânia, além de Dar es Salam, que não curti muito, também conheci Zanzibar e Arusha, perto do Quênia. Essa cidade está em um lugar estratégico, perto do Monte Kilimanjaro e dos parques de safári do circuito norte do país. Foi dali que parti para uma aventura de uma semana pelos parques Serengeti e Tarangire.
Quem me conhece sabe que meu estilo é mais mochileira, mas essa viagem foi bem diferente, provei o tal do glamping, acampamento com glamour e muito luxo, e confesso que adorei!
Acordar com um grupo de zebras ao lado da barraca ou ver como uma hiena devora um búfalo no seu café da manhã não são coisas que a gente vê todos os dias e eu tive o prazer de presenciar isso e muito mais durante essa aventura.
Adorei aprender a diferença entre a girafa fêmea e macho; os chifres das fêmeas são peludos, os dos machos, não. Também curti ver como o crocodilo descansa com a boca aberta para diminuir sua temperatura corporal. Tudo isso eu aprendi graças ao super guia James, um tanzaniano bem disposto, engraçado e orgulhoso da sua profissão. A viagem com ele foi uma delícia do começo ao fim. Sempre bem disposto e de bom humor, James foi me contando cada dia histórias diferentes sobre os animais e a natureza da região.
Uma delas foi a tal da lista paralela dos 5 Beauty. Explico, o objetivo de muitas pessoas que fazem safáris é encontrar os Big 5; elefante, leopardo, leão, rinoceronte e búfalo. Infelizmente eu não consegui ver nenhum leopardo ou rinoceronte, animal em extinção, mas não tem problema, assim eu tenho a desculpa perfeita para fazer outro safári. 🙂 O James me contou que os Big 5 são os animais mais difíceis de caçar e também os mais perigosos.
Além dessa, parece que há outras listas paralelas. Não sei se é invenção dele ou se realmente elas existem. Segundo ele, também há uma lista dos Beauty 5; girafa, cheeta, orix, zebra e o kudu, um tipo de veado com os chifres torcidos. Concordo plenamente em que a girafa é um dos animais mais belos. Acho que ela tem uma elegância incrível, mesmo se ela caminha de uma forma engraçada.
Eu achava que fazer um safári era só sentar no carro e esperar pelos bichos passarem na minha frente, mas não. Com o James aprendi que é preciso ter muuuuita paciência, que acordar cedo é primordial e que é preciso estar sempre com os ouvidos atentos. Foi assim que encontramos o leão anti-romântico, história que contei no último post.
Senti muito prazer por estar tão perto da natureza e por sentir tanta tranquilidade ao redor. Curti fazer picnic no meio da mata, procurar pelos animais e observar o comportamento dos bichos no seu habitat natural. Tudo isso me trouxe muita alegria. Fui feliz a cada minuto nesse primeiro safári da minha vida.
Glamping
Além de tudo isso, tive a sorte de conhecer vários hotéis e lodges maravilhosos, desses que a gente só vê nas revistas. Nadei em piscinas com vista para o Parque Serengeti, o terceiro maior da África, dormi em quartos maiores do que a minha casa em Curitiba, e também provei comidas diferentes, como sorvete de tomate ou carne de búfalo defumada.
Durante o safári um dos meus momentos favoritos era assistir ao pôr do sol. No lodge Chem Chem, perto do Parque Tarangire, presenciei um dos melhores atardeceres ao lado da fogueira, acompanhada de uma cerveja bem gelada e castanhas de cajú quentinhas. No passado, os caçadores se reuniam ao pé do fogo para contar suas aventuras e essa é uma tradição que alguns lodges continuam mantendo.
Outra experiência incrível foi dormir na frente do Rio Mara, no Mara River Camp, onde durante os meses de julho a agosto milhares de animais selvagens migram para o Quênia em busca de melhores pastagens. Essa é a época da migração, quando os bichos cruzam o rio, um dos maiores espetáculos da natureza. E desse camping dá pra assistir de camarote.
Durante a viagem também fiquei hospedada em lugares fantásticos como o Faru Faru Lodge. A maioria dessas acomodações são exclusivas e recebem poucas pessoas de cada vez. Esse lugar, por exemplo, tem capacidade para hospedar no máximo somente 18 pessoas.
Outra coisa bacana é que esses lodges, que estão dentro ou próximos dos parques nacionais, não têm cercas nem portões. Por isso os animais entram e passeiam pela região sem o menor problema. Lembro que me diverti observando como um macaco tentava roubar um biscoito da mesa do café da manhã enquanto o garçom estava na cozinha.
A melhor sensação de estar em contato direto com a natureza foi no Lamai Serengeti. Ali os quartos são totalmente abertos na parte da frente. Só durante a noite é que uma espécie de lona isola o quarto da mata. Ainda bem, acho que não ia achar muita graça se uma hiena selvagem viesse dormir ao meu lado.
Sobre o glamping, o tal do acampamento glamuroso, no Nomad Safari Camp, lembrei dos meus tempos de escotismo. Quando entrei na barraca de luxo, pensei que esse seria o lugar ideal para qualquer escoteiro passar sua lua de mel. 🙂
Adorei deitar a cabeça no travesseiro enquanto tentava adivinhar os sons dos animais. Também curti tomar banho puxando a cordinha de um balde e lavar o rosto tirando água de uma bacia com uma canequinha. Apesar do luxo e do conforto, a ideia é que tudo seja o mais parecido possível aos acampamentos dos caçadores de antigamente, com a pequena diferença que estes lugares oferecem camas grandes e fofas e refeições deliciosas.
Além do contato absoluto com a natureza, outra coisa muito bacana é que toda a infra-estrutura do acampamento do Nomad muda de lugar a cada certo tempo. O objetivo é seguir o fluxo dos animais para que o viajante possa avistar o maior número possível.
Como esses lodges estão literalmente no meio da mata, sair da barraca sozinho pela noite não é recomendável. Na hora do jantar eu tinha que ligar a lanterna, apontar para cima e esperar que um guarda viesse me buscar. Obedeci essa ordem todas as noites. Gosto de aventuras, mas não tinha a menor intenção de me deparar com nenhum animal selvagem desprevenidamente, né?
Quando ir
Os parques do circuito norte da Tanzânia (Tarangire, Nrongoro e Serengeti) estão abertos o ano todo, mas as melhores épocas são de junho a novembro, fora da temporada de chuvas e quando há mais possibilidades de avistar animais. Sempre é melhor evitar as chuvas porque dizem que nesse período os animais ficam mais espalhados e é difícil de encontrá-los. Se você puder ir durante a migração, que é quando eles cruzam do Quênia para a Tanzânia (de julho a agosto), com certeza essa é a melhor época
Em todos esses parques dá pra ver elefantes, girafas, zebras, macacos, veados, leões e muitos outros bichos. O lance é decidir que parques visitar, bolar um roteiro e escolher uma boa agência, antes de partir para essa aventura. Escrevi este outro post sobre como escolher as agências para fazer um safári.
Os aeroportos internacionais mais próximos de Arusha são o Kilimanjaro (45 minutos de carro) ou o de Nairobi (1 hora de avião ou 5 horas de carro) até Arusha.
Hotéis
Antes ou depois do safári, confira os melhores hotéis para se hospedar em Arusha. Se você fizer a reserva através deste link, paga a mesma coisa pelo Booking e o Viagem Cult recebe uma pequena comissão que ajuda a manter o blog 🙂
Hakuna matata!
Hakuna matata! Isso mesmo, essa é a frase do filme “O Rei Leão” e também uma das que mais se ouve na Tanzânia. Hakuna matata significa algo como não se preocupe, take it easy. As pessoas desse país africano são muito simpáticas e sabem como receber bem um turista.
Eu fiz essa super viagem a convite da Renaissance Photographic Safaris. Eles são especialistas em safáris de luxo e conhecem os lodges mais exclusivos da região. Um serviço altamente recomendável.
Oi Ana Paula. O som do vídeo está funcionando, acabei de checar novamente. Algumas vezes, no Vimeo, vc tem que aumentar o volume (no canto direito da tela), porque às vezes ele abaixa sozinho.
O vídeo está sem som para mim, não sei o porquê.
Oi, Marília
Que bom que vc curtiu o post. Realmente, um safári é algo inesquecível. Se vc fizer algum, depois conta aqui pra gente a tua experiência.
Abraços!
Amei as fotos e fiquei doida com o vídeo!!!!
Muita vontade de ir!!!
Parabéns!
Obrigada, querida. Tomara que um dia vcs tmb possam ver isso de perto. É muitoooo bom!! Beijão.
Que oportunidade amiga! Viagem maravilhosa para os admiradores dos animais e natureza. Belissimas fotos e texto.