[dropcap letter=”A”]ntes de embarcar nessa aventura africana, eu fiquei bastante preocupada com as vacinas que deveria tomar e mais ainda sobre o risco de pegar malária. Em Buenos Aires, onde estou morando agora, fui ao Médico del Viajero, um serviço gratuito e bem bacana. Uma médica me informou sobre que vacinas eu deveria tomar e também me indicou para que eu tomasse um medicamento antimalárico.
A dra. me recomendou um remédio que contém mefloquina, existem outros. Antes de decidir se tomar ou não, comecei a pesquisar em blogs e sites. Vi que algumas pessoas que tinham tomado esses remédios reclamavam de alucinações e sensibilidade ao sol. Além do mais, esse medicamento deve ser tomado 3 semanas antes da partida e uma semana depois da volta. Fiz as contas e eu teria que tomar o remédio por 6 meses.
Além da grana que ia gastar, como sou meio natureba, não quis colocar todos esses químicos dentro do meu corpo por tanto tempo. A gente nunca sabe que efeitos podem trazer no futuro. E como se isso fosse pouco, também descobri que os antimaláricos não são 100% eficientes. Ou seja, não significa que uma pessoa que tome esse remédio não vá pegar a doença. As chances diminuem, mas não é 100% seguro.
Mas o que me convenceu mesmo a não tomar o remédio foi o conselho de uma amiga que morou dois anos em Moçambique. “Lucila, aqui na África a malária é tão comum, que se você pegar, seria o melhor lugar do mundo pra isso. Os médicos estão preparados para atender esses casos. Eles te dão o remédio pra curar e daí você segue o tratamento. E se você pegar a doença logo no início, não vai ter sérios problemas”. Fiquei mais aliviada quando soube disso e achei que ela tinha razão. Conclusão, não tomei nenhum antimalárico.
Com isso em mente, chegando na África, eu me cuidei. No fim da tarde, se eu ficava ao ar livre, passava repelente (quase sempre) e dava preferência para as roupas de manga longa e calça comprida. Aliás, os repelentes mais conhecidos aqui, como o Autan, não são tão fortes como os de lá.
Recomendo comprar um bom lá mesmo com, no mínimo, 20% de DEET. Dá uma olhada no rótulo que ali aparece a quantidade. Tem também umas calças especiais com permetrina (o inseticida que repele mosquitos), que são eficientes, mas sei que são bem carinhas. Outra sugestão é comprar essa substância e passar você mesmo nas roupas. Ela dura várias lavagens e não sai com facilidade.
Na hora de dormir, se você for ficar nessas regiões por muito tempo, é legal carregar uma rede mosquiteira. Antes de viajar, eu fiquei semanas pesquisando e procurando pra levar uma desde aqui e quando cheguei lá, encontrei redes em todos os lugares. Por isso, não quebre a cabeça como eu, deixe pra comprar isso lá mesmo. Além do mais, é bem baratinho. O mais importante é que a rede tenha tratamento com permetrina.
Os sintomas da malária são parecidos aos da gripe: febre alta, dores musculares e articulares, calafrios, suor e, com menor frequência, vômitos e náusea. Mesmo que seja leve, se você sentir alguns desses sintomas, não espere muito tempo, vá direto ao médico. A malária pode matar. Nesses casos eu sou da opinião de que é melhor pecar por excesso. Além do mais, o teste da malária na África é feito com uma gota de sangue tirada do dedo mesmo, é rápido e super comum.
Pessoal, tudo isto que escrevi sobre a malária e como eu me preparei para essa viagem de 5 meses, foi a minha experiência particular. Com isso não quero influenciar ninguém, cada um sabe o que faz. Eu só aproveito este espaço para compartilhar com vocês o que aprendi e pesquisei.
Pulando para o assunto das vacinas, eu tomei váaaaarias; febre amarela (1 dose), febre tifoide (1 dose), anti-rábica (3 doses), difteria e tétano (DT) (3 doses), e a da hepatite A+B (3 doses). Tinha que ter tomado a da poliomielite também, mas já estava cansada de tantas picadas no braço e larguei mão.
A exigência da vacina da febre amarela mudou faz pouco tempo. Antes era preciso tomar uma dose de reforço a cada 10 anos. Agora, segundo a Organização Mundial da Saúde, só precisa tomar uma vez na vida. Ou seja, se você já se vacinou contra a febre amarela alguma vez, não precisa tomar outra nunca mais 🙂
Aliás, é sempre bom dar uma checada na cartilha de vacinação, porque algumas têm duração limitada e vale a pena dar uma dose de reforço antes de viajar. Neste site dá para ver quais são as vacinas recomendadas pelo Ministério da Saúde do Brasil.
E para quem ficou com dúvida, não peguei malária e nenhuma outra doença na África 🙂 Voltei sã e salva, e me diverti muuuuito por lá. De qualquer forma, eu fiz um seguro saúde de viagem. Não usei pra nada, ainda bem, mas recomendo sempre viajar com um.
Oi Gabriela, sempre que viajo faço com empresas diferentes e por sorte só precisei usar uma vez e foi com o seguro do Itaú. A minha recomendação é fazer seguro com as empresas mais conhecidas mesmo. Afinal de contas, a gente só sabe se o seguro é bom quando tem que usar.
Oii vc tem alguém p indicar p fazer um seguro de saúde? Obggggg
Hola Rita. Que pena que você pegou malária por lá. Mas como disse uma amiga uma vez; o melhor lugar do mundo pra pegar malária é na África, já que lá eles estão tão acostumados que acaba sendo algo corriqueiro. Espero que já esteja melhor. Um abraço!!
Amei seu comentários fui na africa angola em maio, e peguei malária , passei muito mal, mas graças a Deus estou bm
quero voltar em dezembro
pk amei angola
Obrigada, Jessé. Então, essas são as vacinas que tomei, mas eu visitei vários países na África. Veja com algum médico de viagem quais você precisa para a África do Sul. Boa viagem!!
Muito bom este canal de informações. Estou indo para Cidade do Cabo em Junho por 10 dias e ainda não sei bem se preciso tomar estas vacinas e nem quais são ainda.
Obrigada, Fausto. Que bom que você gostou da informação. Essas foram as vacinas que eu tomei, mas cada médico pode recomendar mais algumas ou tirar outras. Isso pode variar. Abraços!!
Muito bem explicado, eu como Africano nascido em Angola posso afirmar que vc ta certiisima, e quem quiser viajar pode seguir essas dicas, parabéns.
As dicas ajudam muito …mas minha filha irá fazer um trabalho social na Costa do marfim e , embora super feliz! estou super apreensiva !!!!! Obrigada pelas palavras … Bem bacana
Olá, Cristiina
Que bom que as dicas serviram pra ti. Fico feliz. E tomara que vc consiga ir pra África visitar a sua filha. É um continente incrível!! Abraços.
Eu estava fazendo uma pesquisa sobre a vacina de malária e achei muito interessante as dicas que vc deu. Quero visitar minha filha na África, ela faz trabalho voluntário e faz três anos que não a vejo.
Obrigada por compartilhar suas experiências.
Oi, Rachel
Eu fiz um, mas por sorte, não usei nem uma vez enquanto estive na África. Então não saberia te dizer se é bom ou ruim. Melhor perguntar pra pessoas que já tenham usado um. De qualquer forma, seguro de viagem é sempre aquela coisa, na hora que você mais precisa, eles não cobrem nada. Mas, não tem jeito, é melhor sempre viajar com um seguro. Boa sorte. Abraços!
Alguma sugestão quanto a seguro saúde de viagem?
Abç
Alto nivel esta rede ai!! 😉
Aqui em NYC não preciso de rede não, mas ouvi falar que BH está com surto de dengue!! Manda pra lá rsrs
Que legal! Obrigada por compartilhar a tua experiência. Gostou da rede, Edu? Trouxe uma novinha de Moçambique, quer pra vc?? 😉
Quando fui pela segunda vez, a médica me indicou tomar até a vacina de paralisia infantil (sim, a do “Zé Gotinha, e sim, foi ridiculo eu tomando aquilo no posto médico), porque alguns países (como o Malawi), tem surto desta doença.
Contra a Malária, confesso que não conheci ninguém que tenha tomado – o negócio é usar repelente mesmo.
ps: bacana esta rede mosquiteira aí da foto, hein?