Spicy tour em Zanzibar

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O nosso banquete

Zanzibar é famosa não só pelas suas belas praias, mas também por suas especiarias, que têm ótima reputação por conta da sua pureza e sabor intenso. Enquanto caminhava pelas estreitas ruas de Stone Town (Cidade de Pedra) meu nariz foi identificando o sabor intenso do cardamomo, o adocicado da canela e o aroma forte da pimenta preta.

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As especiarias de Zanzibar

Meu nariz gostou do que sentiu e quis um pouco mais, então levei ele para conhecer as plantações de especiarias da ilha. Decidi fazer o spice tour e passei a manhã em uma fazenda modelo conhecendo as mais diversas plantas usadas na culinária e na medicina local.

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O guia Simai Haji

O guia Simai Haji avisou que meu nariz e meu paladar iam sofrer um choque intenso. Achei que era exagero, mas quando minha língua provou a pimenta preta pura, percebi que ele tinha razão.

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Semente de noz moscada

Enquanto caminhava pelas plantações tentava adivinhar os aromas, mas errei quase todos, só acertei o da canela. Adorei conhecer a semente vermelha da noz moscada, saber que a canela vem do tronco de uma árvore e é uma das especiarias que mais dá lucro, também achei interessante o processo de polinização manual da baunilha, entre outras coisas.

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Essa é a árvore de canela

Ah, também achei muito legal saber que as mulheres da ilha fazem colares com flores de jasmim e colocam na cintura para “agradar” seus maridos.

Depois desse passeio na fazenda, parti para outra missão; aprender a cozinhar um prato da culinária suahili. Adoro provar comidas locais e aprender receitas novas é sempre divertido.

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Essa é a entrada principal do Darajani Market

Perto do meio-dia me encontrei com o chef Nassor no Mercado Darajani, o maior de Zanzibar. Entre muitos vendedores de frutas, verduras, temperos e peixes, fomos comprando os ingredientes para nosso almoço. A única coisa ruim é que o calor era muito forte e o suor percorria meu rosto. Na ilha há muita umidade e o corpo parece que sempre fica grudento.

Apesar das altas temperaturas, continuamos com a nossa missão, compramos arroz basmati e vários temperos como canela, cardamomo, pimenta e cominho. Para a sobremesa, bananas gigantes e coco. Nunca tinha visto bananas tão grandes. Nassor me disse que esse tipo são as “ponoatembo”, que significa braço de elefante em suahili. Faz sentido hehehe.

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Big bananas tanzanianas!

Também passamos pelo mercado de peixes, que tem décadas de tradição. Ali compramos umas postas de atum. Logo na entrada fica a parte dos leilões, nunca tinha visto um de frutos do mar. É muito legal ver como os pescadores fazem leilão de polvos, mexilhões e uma dezena de variedades de peixes. Quem faz a melhor oferta, leva a mercadoria fresquinha!

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Depois de comprar todos os ingredientes, fomos para a casa de Nassor. Na modesta sala com um conjunto de sofá de flores, um rack com uma TV e uma esteira no chão, comecei com a minha primeira tarefa; ralar o coco e misturar com água para fazer leite de coco. Fiz isso sentada num banquinho de madeira especial que tem um ralador bem afiado na ponta. Curti o instrumento. Além disso, também ajudei a pilar (esmagar) as sementes de cardamomo para o arroz.

Esse é o banquinho pra ralar o coco
Esse é o banquinho pra ralar o coco

Os suahilis cozinham com carvão, e na cozinha do Nassor não foi diferente, fizemos os pratos num pequeno fogãozinho no chão. Depois de alguns minutos, a pequena Rayani, a filha do Nassor, veio nos dar uma mãozinha. Eu não falo suahili, e ela não sabia inglês, mas mesmo assim a gente conseguiu se entender e nos divertimos.

Minha ajudante Rayani
Minha ajudante Rayani

Nassor tomou conta do resto e depois que todos os ingredientes estavam prontos, começamos a fazer o pilau, um arroz bem temperado e saboroso. Nassor me contou que em Zanzibar eles não comem esse prato todos os dias. Como é algo mais elaborado e leva muitos condimentos, o pilau só é servido em ocasiões especiais.

Quando tudo já estava pronto, juntamos o peixe na panela de arroz e o Nassor colocou um pouco de carvão em cima da tampa. Segundo ele, isso ajuda a terminar o último cozimento e mantém a comida aquecida.

Depois de duas horas e muito suor, literalmente, o cozinheiro me perguntou o que eu tinha achado da aula. Eu disse que a receita não era complicada, mas que leva bastante tempo de preparação. Ele me respondeu que em Zanzibar tempo não é um problema, porque isso eles têm de sobra. Nassor falou que o mais difícil é conseguir dinheiro para comprar todos esses ingredientes. Fiquei pensando nisso por alguns minutos.

Ah, a enorme banana foi cortada em vários pedaços e fervida com leite de coco e cardamomo. Como eu fiquei encarregada dessa parte, adorei abrir a panela a cada cinco minutos só pra sentir o aroma da especiaria entrando no meu nariz junto com o vapor.

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Perto das 14h chegou a hora mais esperada, sentamos todos no chão, a Rayani e o motorista também vieram. Um pequeno detalhe, os locais não usam talheres, eles comem com as mãos. Fiquei uns 5 minutos olhando para a panela e o arroz olhando pra mim; primeiro observei a técnica deles, encher a mão de arroz, amassar um pouco até fazer uma bola e tchum pra dentro. Confesso que tentei, mas não deu muito certo. Terminei lambendo minha mão e derrubando a metade do arroz na esteira. Acho que ainda preciso de mais um pouco de prática.

O arroz estava delicioso, fui comendo bem devagar pra sentir cada uma das especiarias, e a sobremesa de banana também estava gostosa.

Quando deu 14h30 me despedi do Nassor e agradeci a experiência. Não pude ficar mais porque nesse mesmo dia tinha que pegar o ferry e voltar para Dar es Salam. Foi interessante aprender um pouco mais da cultura suahili, e meu caderno de receitas ganhou mais um prato diferente.

Para quem curtiu a ideia, poucas agências oferecem o Swahili Cooking Tour em Zanzibar, isso ainda é algo novo. Eu fiz com a KV Tours e o serviço foi excelente. Os preços variam de acordo com o número de pessoas, se for individual custa US$30 e para duas pessoas, US$25. O Spice Tour eu também fiz com a KV Tours.

Hotéis
Confira os melhores hotéis para se hospedar na ilha de Zanzibar. Se você fizer a reserva através deste link, paga a mesma coisa pelo Booking e o Viagem Cult recebe uma pequena comissão que ajuda a manter o blog 🙂

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8 Comments

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  1. says: Lucila

    Oi, Joana. Sim, eu fiz essa viagem sozinha e não tive nenhum problema. Fiquei quase 6 meses na África. Zanzibar é um lugar encantador e como conselho é só respeitar os costumes locais, mas isso serve tanto para homem quanto para mulher. Quanto ao Kilimanjaro, eu não subi, mas passei perto e o vi quando fui para Arusha. Lindo com seu cume nevado… Abraços.

  2. says: Joana

    Oi Lucila, Você viajou sozinha? É tranquilo para uma mulher ir sozinha tanto para Zanzibar como para a parte continental? Eu gostaria de chegar aos pés do Kilimanjaro

  3. says: Lucila

    Oi, Juliana. Eu fiz uma viagem de 6 meses pela África. Fui de Buenos Aires até a África do Sul com a South African Airlines, depois viajei até Moçambique onde fiquei 4 meses e só depois voei para a Tanzânia. Abraços.

  4. says: JULIANA

    OLÁ!
    POR QUAL CIA AÉREA VC FOI DO BRASIL ATÉ ZANZIBAR?
    VC FEZ A VIAGEM POR CONTA PRÓPRIA OU COM UMA AGÊNCIA?

  5. says: Thais Puntel

    Vou passar o Natal por lá! Adorei a ideia dos tours!

  6. says: Fabíola Sékula

    Maravilhosa experiência! Adoraria experimentar noz moscada e canela fresquinhos. Importante a reflexão: ter tempo e não ter dinheiro para comprar ingredientes VS ter dinheiro e não ter tempo. Certamente a comida ganhou outros significados em sua vida.