A jornalista, blogueira e aventureira Livia é mais uma daquelas pessoas que decidiu chutar o balde, deixar o trabalho e partir pra dar uma volta ao mundo. Fácil assim!
No blog “Eu sou à toa”, a simpática viajante conta seus causos com um tom informativo, engraçado e muitas vezes nos deixa pensando em que sociedade vivemos atualmente.
“Saiam de casa! Vejam o mundo! Ele está cheio de pessoas amáveis, mais do que de pessoas ruins”, aconselha. Vambora ler suas aventuras por 20 países em uma viagem que durou 9 meses, em mais uma entrevista da série “Volta ao mundo em 12 blogs”.
– Que dicas você daria para quem está pensando em fazer uma viagem dessas?
Apenas vá! Foi fundamental pra mim contar com a ajuda da minha irmã Marina, que mora no Brasil, e cuidou de vários pepinos burocráticos e de grana enquanto eu estive fora. Quem estiver pensando em fazer uma viagem longa deve pensar bem em alguém com quem é possível deixar uma procuração para resolver pepinos que você não conseguiria enquanto viaja. Não surgiram muitos, mas é bom ter um apoio para o caso de necessidade, né?
Como eu usei um travel card de débito, minha irmã também ajudou na compra de dólares ao longo da viagem (comprar tudo antes da viagem não vale a pena porque o dinheiro não rende). Essa seria uma tarefa que eu até conseguiria fazer por e-mail, mas foi bom tê-la me ajudando.
O resto das coisas a gente vai arranjando no caminho. Durante a viagem aprendi a economizar, a fazer mala, a diminuir as tralhas apenas ao essencial. Preocupações com roupas, cosméticos e tal, todas desaparecem: essas coisas estão à venda em todo o mundo, apesar das marcas, estilo e qualidade diferirem.
– Quais foram os 5 lugares imperdíveis dessa aventura e por quê?
O Laos como um todo foi um país muito especial pra mim. Pude entrar em contato com diversas pessoas de lá e viver uma vida mais tranquila, simples e exuberante. O país é muito bonito e pouco explorado pelo turismo.
Também recomendo MUITO a Turquia. Hoje em dia está mais tenso por causa dos protestos e instabilidades, mas ainda assim é belo. A Índia, com sua loucura, cores, pessoas, e uma cultura completamente diferente da nossa. Tudo é exagerado na Índia. A Tunísia e a Alemanha também recomendo. Quero ir morar em Berlim! Mas só no verão 😉
– Viajando sozinha, que dificuldades você sentiu? Passou por alguma situação ruim por ser mulher e estar viajando sozinha?
Recomendo muito que as mulheres o façam! É uma sensação libertadora, a de viajar sozinha. E muitas vezes sem problemas. Mesmo quando há problemas é bom. Você aprende a lidar com eles (exceto quando há coisas sérias, tipo estupro, né?). Parto do pressuposto que coisas ruins podem acontecer com a gente em qualquer lugar, na Índia, na Jordânia ou no Brasil.
Podemos nos cuidar até certo ponto, vestir roupas mais cobertas, evitar ruas vazias à noite, procurar estar acompanhada em alguns passeios (viajar sozinho raramente significa estar só), mas depois disso é mesmo casualidade ou, como diriam os indianos, karma. Não tem estupro, roubo, violência no Brasil?
A Livia escreveu este post onde fala sobre a violência e situações ruins pelas quais passou durante essa viagem. Vale a pena ler.
– Que conselhos você daria para viajantes que querem se aventurar sozinhas?
Saiam de casa! Vejam o mundo! Ele está cheio de pessoas amáveis, mais do que de pessoas ruins. Felizmente, a simpatia existe em todas as culturas. E a única forma de aprender a viajar é viajando. Se você quer fazer uma viagem longa sozinha, recomendaria uma viagem mais curta antes, a um lugar próximo, para se testar, dissipar a ansiedade, as dúvidas.
Viajar sozinha é muito diferente de viajar em grupo. Você é meio que obrigada a socializar com outras pessoas, então acaba se abrindo mais, conversando com estranhos, experimentando mais coisas… Além disso, você pode mudar seu roteiro de viagem a hora que quiser, afinal, você só deve explicações a você mesma. É muito libertador. Eu viajei em 2008 do Paraguai ao Peru e a experiência foi fundamental para que eu pegasse a estrada no ano passado e fizesse uma volta ao mundo.
– Conta um pouco sobre a experiência com o site World Wide Oportunities on Organic Farms (como funciona, por quê você procurou esse site e qual foi a tua experiência)?
Eu procurei o site porque sempre quis conhecer a Noruega e queria passar mais tempo lá, vivendo uma vida normal do interior, sem gastar muito. Na verdade, não gastei quase nada e tive uma vida muito pouco normal, mas incrível!
– Se você fosse dar outra volta ao mundo, o que faria diferente?
Não teria trocado dinheiro na praça de Yangon, na Birmânia. Foi a única coisa da qual me arrependi de verdade. Me trapacearam e perdi dinheiro num país sem caixas eletrônicos (na época, acho que hoje já tem). A paranóia no começo da viagem de ficar sem grana e a descoberta de ter perdido dinheiro foram horríveis.
No mais, faria tudo de novo, inclusive a viagem frustrada pelo interior da Alemanha de bicicleta (meu joelho doeu e tive que pegar um trem na metade do caminho, e o acidente de moto que tive na Tailândia. Faz parte da vida… e agora tenho uma típica “thai tattoo” horrível no joelho hahahaha.
Outros posts da Livia;
Pra saber mais sobre como funciona o site World Wide Oportunities on Organic Farms
Sobre a Índia
Sobre a Noruega
Contatos da Livia:
Blog: www.eusouatoa.com
FB: https://www.facebook.com/eusouatoa
@eusouatoa
Deve ter sido uma experiência maravilhosa mesmo. Coisa que dinheiro nenhum no mundo compra.
Que legal, adorei o post e as coisas que a Lívia contou! Também estou saindo para uma viagem de volta ao mundo, durante um ano, viajo daqui a um mês. Tô super empolgada, também vou sozinha!!! =D
bj